Ao começar esse texto, alerto de que isso não é uma crítica. Apenas, uma observação, uma análise, diante da realização do 30º Prêmio da Música Brasileira, que aconteceu ontem (31), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, fazendo uma grande homenagem a trajetória da cantora Alcione – que inclusive, será, merecidamente o enredo da Mangueira (Escola de Samba), em 2024. Sem acontecer presencialmente desde 2018, quando homenageou Maria Bethânia, a premiação reuniu muitos artistas importantes da nossa cultura, em sua plateia, a exemplo de Fernanda Montenegro e Ney Matogrosso, que por si só, já dispensam qualquer desenvolvimento de uma extensa lista para convencimento do fato.
O evento, inclusive, foi aberto por Bethânia, entoando a canção “O Meu Amor”, ao lado de Gloria Groove, proporcionando a quem assistia um potente encontro de gerações. Mas o que vamos discorrer aqui mesmo é sobre a presença viva, quente e reunida de tantos baianos em uma ode aos traços culturais e musicais do país. Arrisco afirmar que, como diria o poeta: “O Rio foi mais baiano” do que nunca. E podemos provar. De cara, na lista dos indicados, haviam ali, em suas diversas categorias, desde a Orkestra Rumpilezz até Os Barões da Pisadinha, passando pelo AfroCidade.
Na apresentação da noite, o ator Lázaro Ramos brilhou na interação com a atriz que representou Alcione e nos anúncios e cumprimentos dos vencedores. A chef Lili Almeida também integrou o cenário, convidando ao palco os campeões de uma das categorias. Na plateia, uma das mais animadas era Daniela Mercury, que vibrava a cada número musical em homenagem à Marrom. Caetano Veloso não podia faltar e subiu ao palco para cantar, adivinhem que música? “Onde o Rio é mais baiano”, é claro. Já Luedji Luna entoou “Afrekêtê”, do nosso Edil Pacheco.
E por fim, só para comprovar nossa tese, endossada pela voz de Caetano, foram agraciados com a premiação: Letieres Leite – in memorian e Orkestra Rumpilezz (Instrumental – Grupo), Psirico (Canção Popular – Grupo) e Baco Exu do Blues (Música Urbana – Lançamento). Todos baianos, baianíssimos. Parabéns José Maurício Machline, por aqui, adoramos. E até o próximo!
*Por Tamyr Mota.
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