
A diretora de publicidade da Prefeitura de Salvador, Lila Lopes, afirmou nesta quinta-feira (27) que o mercado publicitário ainda reproduz barreiras estruturais que silenciam mulheres e outros grupos minorizados. A declaração foi feita durante sua participação no Scream Festival, que acontece ao longo do dia no Doca 1, no Comércio, reunindo especialistas para discutir tendências de comunicação, cultura, tecnologia e comportamento.
Segundo Lila, as desigualdades que atravessam a publicidade são reflexo de uma herança histórica e cultural. “São barreiras de décadas e gerações, que não nascem na propaganda, mas se fazem presentes nela. Eu mesma demorei muito tempo para entender meu valor, até perceber que não era falta de técnica, e sim silenciamento”, disse. Para ela, criar espaços mais seguros e inclusivos é fundamental para que profissionais possam se expressar e ocupar posições de liderança.
A diretora também destacou o papel do setor público na promoção de ambientes diversos. “É criar escuta ativa, proporcionar convivência entre mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+ e homens também. Quando a liderança estimula essa liberdade, o trabalho fica mais alinhado com a realidade e deixa de existir dentro de uma bolha”, afirmou. Lila reforçou que grandes transformações começam dentro das equipes, a partir de pequenas mudanças cotidianas. “Não é preciso um plano grandioso. É preciso sensibilidade para identificar comportamentos datados e promover novos modos de convivência.”
O Scream Festival 2025, realizado pela ABMP, discute temas como TV 3.0, mídia exterior, inteligência artificial, referências culturais periféricas e transformações do consumo. Para Lila, o evento cria um território simbólico e necessário para repensar práticas, ampliar vozes e fortalecer um mercado que ainda precisa avançar na construção de equidade.

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