Na história da Bahia, muitas mulheres se destacaram ao conquistar espaços quase sempre ocupados por homens, como Maria Quitéria, Maria Odília Teixeira e Irmã Dulce. Atualmente, se destacam figuras como a Major da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), Denice Santiago, fundadora da Ronda Maria da Penha, especializada em combater a violência doméstica contra as mulheres.
“Essa cultura [machista] perversa que bloqueia ou tenta bloquear qualquer forma de mudança desse seu status, é o que tem que pautar. É entender que a mulher tem direito sobre si, suas escolhas, seu corpo, que a mulher precisa estar em um espaço de poder. A gente precisa responder isso a partir do apoio. Uma mulher tem que fortalecer outra mulher, não competir com ela, não pode ser essa lógica. O homem não dorme, ele está ali o tempo todo tentando convencer a gente que nós somos menores”, afirmou a militar em entrevista ao Portal A Tarde.
Nascida em Salvador, Major Denice foi a primeira comandante mulher da PM-BA e construiu o Centro de Referência da Mulher Policial Militar – Centro Maria Felipa (CMF). Formada em psicologia, quando já estava na corporação, a militar aplicou seus conhecimentos para ajudar outras mulheres.
“Quando a gente vai para o jogo do espelho, um jogo que eu criei, tem muito do processo de espelhamento. A partir do momento que aquela mulher se enxerga, ela consegue entender onde estão suas dores e também se posicionar na mudança ou no incremento daquela dor. Elas começam a perceber os tipos de violência que elas vão sofrendo no cotidiano e que às vezes é julgada como brincadeira, às vezes é julgada como algo que que é inofensivo, mas que nos adoece”, explicou.
Ainda na entrevista ao A Tarde, a oficial destacou que há necessidade de capacitar homens da PM, Polícia Civil, Polícia Técnica e da segurança pública para atender às vítimas. “Para mim, profissionalmente ou pessoalmente, as pessoas têm que entender que a única coisa que uma alma humana tem que dar a outra alma humana é o respeito“, afirmou Major Denice.
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