Colheita de soja. Foto: Wenderson Araujo/Trilux.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê alta dos custos de produção do agronegócio em 2023. Para a entidade, o próximo ano será de desafios, tanto no ambiente interno quanto no cenário externo. A CNA apresentou, hoje (07), em entrevista coletiva, o balanço da atividade agropecuária em 2022 e as perspectivas para 2023.

De acordo com a entidade, do lado doméstico, há incertezas sobre o controle das despesas públicas e a condução da política fiscal que devem impactar os custos do setor agropecuário, sobretudo em questões tributárias. “A taxa Selic [juros básicos da economia] deve se manter elevada no próximo ano, acarretando mais custo para o crédito para consumo, custeio e investimento. E o crédito privado deve se consolidar como alternativa para o produtor financiar sua produção nas próximas safras”, avaliou.

O diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, explicou que a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Transição pode elevar o risco de endividamento do governo, o que levaria à alta da inflação e consequente aumento dos juros. Ele defendeu essa flexibilização do teto de gastos por um prazo menor e não por quatro anos, como defendia a equipe de transição.

Lucchi concorda que é preciso revisar e criar uma nova regra para o teto de gastos. “Acho viável ter uma nova regra. Por exemplo, dinheiro de convênios, trabalhamos a questão dos fertilizantes, buscamos recursos para o Serviço Geológico do Brasil, mas não poderia ampliar recursos externos porque esbarrava na lei do teto. Então, cabe uma análise, o que tem que tomar cuidado são os valores colocados para o próximo ano e o período [prazo para flexibilização]”, disse.

Agronegócio. Foto: Getty Images.

Receba também as atualizações do Anota Bahia no: Google Notícias, Twitter, Facebook, Instagram, LinkedIn e Spotify.