Na última quinta-feira (10), a Coalizão Nacional de Mulheres soltou uma carta em apoio à influenciadora e comunicadora Cíntia Chagas, após registrar uma série de denúncias por violência doméstica contra o ex-marido, o deputado estadual de São Paulo, Lucas Bove. Em setembro, a comunicadora registrou um boletim de ocorrência contra o político – por violência doméstica e psicológica, ameaça, injúria e perseguição – e o caso está sendo investigado pela Polícia Civil paulista. Em decorrência dos fatos, Cíntia conseguiu uma medida protetiva judicial contra o ex-marido.
“Cíntia, conhecemos bem o fenômeno da violência contra a mulher e o quão devastador ele é em relação à carreira e à vida pessoal das mulheres. […] Quando afirmamos que as mulheres não devem ser submissas aos homens, estávamos nos referindo a isso: não se submeter à injustiça, à indignidade, ao desrespeito. […] Nós respeitamos os homens e eles devem-nos igual respeito. Feminismo é a luta por essa igualdade, uma igualdade de direitos e obrigações”, afirmou a Coalizão.
Em resposta, Cíntia agradeceu o apoio da entidade feminista, definindo como uma atitude bela, nobre e admirável, que a fez se sentir abraçada. Vale lembrar, que no início do ano, a Coalizão criticou a influenciadora por ter defendido a submissão da mulher ao homem. Na ocasião, ela havia afirmado que uma relação só se torna longínqua e feliz quando a mulher assume o papel dela e o homem assume o papel dele.
“Por exemplo, você que é casada, o jantar só pode ser servido depois que o seu marido chegar. O horário da casa deve girar em torno dele, não da sua vida. Ainda que você ganhe mais do que ele, você sempre será mais submissa. Há situações em que você deverá pedir, sim, permissão a ele. E ele, por sua vez, será mais doce e mais cordial com você”, disse a influenciadora em vídeo.
Nas redes sociais, Cíntia admitiu, nesta sexta-feira (11) que a fala foi infeliz e mal interpretada pelo público no geral. “Àquela época, quando eu disse que a mulher deveria se submeter ao homem, eu fazia referência ao ato de esperar o marido para jantar, à necessidade de o casal passar mais tempo junto. Apesar da minha boa intenção, a minha fala foi infeliz e suscetível a interpretações que contrariam a minha própria vida, uma vez que eu comecei a trabalhar aos 12 anos de idade”, disse Cíntia.
A comunicadora ainda reforçou que sempre colocou o trabalho em primeiro lugar e que tenta mostrar a importância do estudo, da profissão e da dedicação para a mulher. “Peço desculpas e assumo o compromisso de usar – ainda mais – as minhas redes sociais tais quais molas propulsoras da autonomia financeira das mulheres”, escreveu.
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