Recente estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia e Cols, comprova o que o Prof. José Silveira afirmou, repetidas vezes, há mais de meio século: a Tuberculose é, acima de tudo, uma doença social. A pesquisa foi publicada na revista Nature Medicine, edição de 3 de janeiro de 2025, e contou com a participação do Instituto de Saúde Coletiva (UFBA), do Centro de integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde (Fiocruz) e do Instituto de Saúde Global (de Barcelona, Espanha).
Os pesquisadores utilizaram os dados do Cadastro Único para Programas Sociais, que envolve 54,75 milhões de pessoas de baixa renda (indivíduos cuja renda mensal não ultrapassa 218 reais). Desta amostra, 43.8% eram beneficiários do programa “Bolsa Família”. As informações foram cruzadas com os dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificações e do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Baseados nestas informações os pesquisadores constataram que ocorreram 7.993 mortes no período. A incidência total foi de 179.777 casos. O período foi de 11 anos, (2004 a 2015).
As conclusões são as seguintes:
- O Bolsa Família diminuiu a mortalidade por tuberculose em 70%;
- A incidência foi reduzida em 60%;
- Entre os indígenas, a mortalidade foi reduzida em 65% e a incidência em 63%;
- Na população em estado de extrema pobreza a redução da mortalidade foi de 60% e a da incidência foi de 49%;
- Entre os pretos e pardos a redução da mortalidade foi de 69% e a da incidência foi de 58%.
Por Geraldo Leite – Presidente da Fundação José Silveira
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