Para o ator Edmundo Vitor, nascido e criado na cidade de Cipó, no interior da Bahia, o teatro criou oportunidades para que tivesse o seu primeiro contato com as questões raciais que envolvem ser um homem negro. “Foi no teatro que participei do meu primeiro grupo de pesquisa voltado para as questões pretas, o coletivo ‘Orquestra de Pretos Novos’. Foi onde pude aprender e expandir o meu olhar sobre as diversas questões que estão envolvidas não só nas artes, mas em toda a nossa cultura brasileira”, lembra.
Em cartaz com o espetáculo ‘Textos cruéis demais – Quando o amor te vira pelo avesso’, no Teatro Café Pequeno, no Rio de Janeiro, Edmundo interpreta Pedro, um jovem sensível que luta para superar o fim de um tórrido relacionamento amoroso. Para o ator, protagonizar essa produção em um momento no qual a arte vem dando mais oportunidades para artistas negros tem um grande simbolismo. Hoje, na TV, as novelas ‘Vai na Fé’, ‘Amor Perfeito’ e ‘Terra e Paixão’ contam com protagonistas negros, e no cinema, ‘A Pequena Sereia’ estreou com uma mulher negra dando vida à Ariel.
“Esta ascensão negra é mais do que necessária. Vivemos em um país diverso e essa diversidade deve estar presente em todos os setores e camadas da sociedade. A desigualdade em termos raciais e econômicos ainda é gigantesca e isso não muda da noite para o dia, principalmente com uma história de formação como a nossa. Por isso é preciso, sim, cada vez mais ter novas oportunidades e mais visibilidade”, enfatiza o ator.
A produção ‘Textos cruéis demais – Quando o amor te vira pelo avesso’ foi escrita e dirigida pelo jornalista e roteirista Carlos Jardim.
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