
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados realizou, nesta quarta-feira (22), uma audiência pública para discutir o Plano de Desenvolvimento Agropecuário e Agroindustrial do Matopiba — região que engloba o sul do Maranhão, o Tocantins, o sudoeste do Piauí e o oeste da Bahia. A iniciativa foi proposta pela deputada federal Roberta Roma (PL-BA).
O encontro contou com a participação de representantes dos ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, da Embrapa, da Secretaria da Agricultura da Bahia (Seagri), além de gestores municipais e parlamentares. Entre os municípios representados estavam Formosa do Rio Preto e Santa Rita de Cássia, ambos localizados no oeste baiano.
Durante o debate, foram apresentados dados sobre o potencial produtivo e os desafios enfrentados pela região, considerada uma das principais fronteiras agrícolas do país. O Matopiba, acrônimo formado pelas siglas dos quatro estados que o compõem (MA, TO, PI e BA), concentra forte atividade agrícola desde os anos 1980, com destaque para a produção de grãos como soja e milho.
A deputada Roberta Roma ressaltou a importância do agronegócio para o desenvolvimento regional e nacional. “O Oeste da Bahia representa 92% da produção de grãos do estado. Essa região é responsável por parcela significativa da produção estadual e nacional, gerando emprego, renda e desenvolvimento humano”, afirmou.
Segundo a parlamentar, o Matopiba possui grande potencial de expansão econômica, mas ainda carece de infraestrutura e políticas públicas voltadas à agroindustrialização. “O Agro é vital para a economia do Matopiba e do país. É uma das principais fronteiras agrícolas do Brasil e agora vem crescendo em inovação e geração de divisas. Precisamos fortalecer esse processo com planejamento e investimentos”, destacou.
O secretário-executivo do Comitê Gestor do Plano de Desenvolvimento do Matopiba, José Carlos Polidoro, apresentou os principais eixos do plano, que incluem estratégias para ampliar a produção sustentável e integrar cadeias agroindustriais.
Entre os desafios apontados durante o encontro, a falta de energia adequada foi citada como um dos principais entraves ao desenvolvimento. O secretário de Agricultura de Formosa do Rio Preto, Nivaldo Barreto de Santana, ressaltou a gravidade da situação. “Muitos querem investir, irrigar, gerar emprego, mas esbarram na questão energética. A situação é crítica, e os municípios precisam se articular para superar esse ponto limitante”, afirmou.
O prefeito de Santa Rita de Cássia, Zezo Aragão, também destacou o impacto da limitação energética no crescimento local. “Temos o maior rebanho do estado, com mais de 208 mil cabeças, e um grande potencial de irrigação com o Rio Preto. Mas sem energia suficiente, o avanço é restrito. Com a chegada da energia, teremos progresso para grandes e pequenos produtores”, declarou.
A audiência encerrou com a apresentação de sugestões e encaminhamentos voltados ao fortalecimento do plano de desenvolvimento, com foco em infraestrutura, inovação e integração das cadeias produtivas na região do Matopiba.

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