
Entre os dias 16 e 21 de maio, a cidade de Paulo Afonso e demais municípios do território de Itaparica, no semiárido baiano, vai receber a I Festa Literária Estudantil dos Povos Indígenas do Território de Itaparica (FLEPITI). Sob o tema “Memórias Opará, o rio de nossos ancestrais”, o evento tem curadoria assinada pelo escritor e pesquisador indígena Ezequiel Tuxá e pelo doutor em Literatura e Cultura e professor da UNEB, Marielson Carvalho. A expectativa é de reunir estudantes, professores, indígenas da região, inclusive suas lideranças, escritores, intelectuais, artistas e todos os interessados na cultura dos povos originários.
Na programação estarão palestras, lançamento de livro, encontros e debates literários, performances, oficinas, oficinas de escrita e de arte indígena, exposição de artesãos de várias etnias, apresentações musicais e poéticas. A abertura do evento contará com o Toré, ritual sagrado que reúne várias etnias indígenas do Nordeste. Em seguida, haverá um show da cantora, compositora e poeta, Beatriz Tuxá, oriunda do povo Tuxá, localizado no Oeste da Bahia. Como ativista da causa indígena, Beatriz procura desenvolver projetos que promovam visibilidade à cultura dos povos originários.
O pátio central do Colégio Estadual de Tempo Integral de Paulo Afonso vai receber uma exposição de fotos intitulada “Identidade e Memória Indígenas do Território de Itaparica” com imagens produzidas por alunos de todos os colégios estaduais indígenas do território. Ao todo serão cinco fotos de cada escola, num total de 30 fotografias que serão ampliadas em preto e branco e expostas. Os estudantes autores das três melhores fotos selecionadas pela curadoria do evento serão premiados.
“É um evento aberto à comunidade, uma Festa para celebrar a riqueza e diversidade da cultura indígena, destacando a importância da relação entre as águas do rio São Francisco (Opará), suas memórias e histórias, com atividades que abrangem literatura, artes visuais, cinema, dança, teatro, música e artesanato”, conta Ezequiel Tuxá. “Esperamos que o trabalho literário, artístico e cultural de autores locais convidados para a FLEPITI possa ser expandido e ganhe outros espaços de leitura e formação, com a possibilidade de outras participações em eventos com foco nas culturas indígenas. Outra expectativa é que consigamos ampliar o interesse pela leitura de textos indígenas nas escolas indígenas e não-indígenas do Território”, reforça Marielson Carvalho.
A iniciativa é realizada pela ONG Raso da Catarina, a FLEPITI conta apoio do Colégio Estadual de Tempo Integral de Paulo Afonso, das Prefeituras de Abaré, Rodelas, Glória e Paulo Afonso, Fundação Pedro Calmon e Governo do Estado da Bahia.

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