Rafael Andrade, Head da BP Empresas. Foto: Reprodução.

De acordo com dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), as empresas brasileiras emitiram R$ 26,2 bilhões no mercado de capitais em fevereiro deste ano, o que representa aumento de 23% em relação a janeiro. O Mercado de Capitais é um sistema de distribuição onde os agentes poupadores e tomadores se encontram. É constituído pelas bolsas de valores, corretoras e instituições autorizadas.  

Com o patamar da taxa básica de juros atual somado ao crescimento do número dos investidores, a BP Investimentos visualiza oportunidade na democratização de acesso das empresas em buscarem recurso no Mercado de Capitais. Por conta disso, a BP faz um trabalho de identificação de qual a estrutura é mais adequada de acordo com o perfil de cada empresa. A BP Empresas conta com uma equipe de profissionais capacitados, todos com mais de 15 anos no mercado financeiro, que podem auxiliar as empresas a buscarem o melhor entendimento sobre o mercado de capitais e identificar um movimento de emissão de título ou de M&A. Os interessados podem entrar em contato através do (71) 98796-1974.  

Em entrevista, Rafael Andrade, Head da BP Empresas, explica como funciona esse mercado. “Na sociedade como um todo temos sempre os doadores de recursos e os tomadores de recursos. Empresas que necessitam de recursos emitem títulos que representam a fração da empresa ou um título de dívida, e os investidores (doadores de recursos) compram esses títulos. Dessa forma acontece a migração de quem tem sobra, para quem tem necessidade de recurso. Os títulos mais comuns são: Ações – Papéis que representam fração do capital da Empresa, Debêntures– título de crédito representativo de empréstimo de longo prazo. Certificado de Recebíveis – título de dívida que tem um lastro em recebíveis imobiliários (CRI) ou do agronegócio (CRA). Nota Promissória- título de crédito representativo de empréstimo de curto prazo. O objetivo é canalizar a poupança da sociedade para a atividade econômica. Distingue-se dos bancos pois os recursos transitam direto entre as partes”, destaca.  

É preciso compreender também o mercado primário e secundário. “No Mercado Financeiro temos as ofertas primárias na qual os recursos transitam direto para os emissores dos títulos. Mas também existe o mercado financeiro secundário onde os investidores podem negociar entre si os papéis que foram adquiridos no mercado primário, dessa forma provém liquidez para quem não deseja carregar os títulos no longo prazo”, orienta.  

O Mercado de Capitais na Bolsa de Valores tem avançando de forma consistente nos últimos anos. “Hoje temos mais de 3 Milhões de CPFs cadastrados na B3 (Principal Bolsa de Valores Brasileira), em 2020 o crescimento foi de 76% de entrantes no mercado. Em comparação com economias desenvolvidas, ainda é um percentual pequeno, a título de comparação, nos Estados Unidos 65% da população investe na Bolsa; Enquanto no Brasil não chegamos a 2%. Acredito que se nos mantermos com baixos níveis da taxa básica de juros, evoluiremos bem no Brasil, visto que os investidores tendem a buscar maior rentabilidade em seus investimentos, migrando o capital hoje muito concentrado em títulos bancários para títulos de participantes da economia real”, afirma.  

O Mercado de Capitais está buscando a maturidade, por isso ainda não é acessível para todas as empresas. “Por se tratar de títulos de longo prazo, existem alguns processos adicionais em relação às operações de empréstimo dos bancos. Portanto, hoje esse mercado é mais acessível para empresas de maior porte de faturamento e um melhor nível de organização financeira. Porém acreditamos que estamos em um caminho sem volta, a tendência é que o Mercado de Capitais se consolide e democratize cada vez mais o acesso de demais perfis de empresas ao utilizarem para tomada de recursos para direcionar os investimentos para a economia real”, analisa.  

O Setor de M&A (Fusões e Aquisições) está bem aquecido, principalmente na área de saúde, com hospitais e planos de saúde, fazendo surgir muitas oportunidades. “Alguns players do setor de saúde fizeram grandes captações no Mercado de Capitais no último ano, seja emitindo ações ou emitindo dívida. Esse movimento fez com que essas empresas ficassem capitalizadas e agora estão buscando fazer investimento com esses recursos. Esses investimentos muitas vezes vêm através de M&A (Fusões e Aquisições). Então hoje temos grandes grupos como Rede D’Or, Dasa, Hapvida, Mater Dei, Athena (Pátria Inv) buscando empresas para comprarem ou se fundirem. Os principais alvos desses players são hospitais, clínicas e planos de saúde regionais”, finaliza.