Hebert Conceição. Foto: Wander Roberto/COB

De acordo com matéria publicada na Folha de São Paulo, na última semana, o investimento em esportes olímpicos no país atingiu o valor de R$43 bilhões nos últimos 20 anos, período em que conquistou 84 medalhas. Apesar do sucesso em algumas áreas, certas lacunas ainda são vistas, como o fornecimento de material para atletas dos Jogos deste ano em Paris.

Os dados apresentados pela Folha são de uma pesquisa realizada pela Ponto MAP e os valores investidos em infraestrutura de eventos realizados no Brasil, como os Jogos Pan-Americanos de 2007, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 não estão incluídos neste levantamento.

Segundo a reportagem, R$6,5 bilhões – equivalente a 15% do valor – são oriundos do setor privado, através de patrocínio de marcas, possibilitado por programas de incentivo que geram benefícios fiscais para as empresas. 29,2% desse número – correspondente a R$1,9 bilhão – foi resultante de investimentos realizados entre 2021 e 2023. O aumento significativo do apoio das empresas se justifica por causa do crescimento do interesse público no esporte brasileiro.

No que tange ao setor público, o ciclo olímpico para os Jogos de Tóquio – entre os anos de 2017 e 2020 – trouxe o valor de R$7,3 bilhões. O número apresenta uma progressão, levando em conta o investimento de R$1,5 bilhão realizado entre os anos de 2003 e 2004, ano das Olimpíadas de Atenas, onde o Brasil conquistou 10 medalhas. Na capital japonesa, a delegação brasileira subiu 21 vezes no pódio. “Quanto mais o país investe em esportes olímpicos, mais medalhas ele conquista”, destaca Giovanna Masullo, CEO da Ponto MAP.

Apesar do crescente investimento dos setores público e privado, algumas deficiências ainda podem ser encontradas. Nesta segunda-feira (22), Fernando Ferraz fez uma postagem em suas redes sociais, criticando o baixo número de trajes e equipamentos recebidos da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), cuja empresa fornecedora de materiais esportivos é a Puma. “Sempre achei que nas olimpíadas receberíamos uma mala de materiais com tênis, roupas e sapatilhas. Mas parece que não é bem assim pra nós”, revelou o atleta do decatlo.

Segundo o atleta, a disputa da modalidade será realizada em quatro etapas durante dois dias, totalizando mais de 20 horas na pista de atletismo. Entretanto, Ferraz recebeu apenas “uma regata, um [macaquinho de atletismo], um short balãozinho”. Por conta do baixo número de trajes, Fernando sinalizou uma futura necessidade: “Assim que acabar as provas do primeiro dia, irei voltar para a vila [olímpica] e lavar logo meu material, ou competir com [o traje] sujo”. Após a repercussão da postagem, a confederação emitiu uma nota revelando estar “buscando resolver essa questão dele e de todo atleta que tiver algum tipo de problema para que estejam tranquilos para focar na competição”.

Além da situação envolvendo os trajes recebidos da CBAt, Ferraz também ressaltou que está sem nenhuma marca esportiva como sua patrocinadora. Segundo o atleta, serão necessárias sete sapatilhas de modelos diferentes para a disputa da modalidade. “Vou investir do meu dinheiro para comprar as sapatilhas, sei que vai me ajudar muito”, revelou Fernando.

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