Trabalhadores industriais. Imagem ilustrativa. Foto: Unsplash.

Levando em consideração uma série de fatores e subfatores para o desenvolvimento industrial, o relatório “Competitividade Brasil – 2023/2024”, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na última quarta-feira (16), apontou o Brasil na última posição em ranking de competitividade industrial. O levantamento comparou o Brasil a outros 17 países concorrentes no mercado, atribuindo notas de 0 a 10. Dentre as 18 nações, o Brasil ficou na pior colocação, com 3,60 de nota e atrás do Peru, que ficou com 3,78. Quem assumiu a liderança foram os Países Baixos (6,41), Estados Unidos (6,41), Coréia do Sul (6,15) e a Alemanha (6,13).

“Ao considerar os oito fatores-chave, foi realizada uma média dos pontos alcançados em cada um deles e os países foram ordenados de acordo com sua performance. No que diz respeito ao Brasil, observa-se que o país foi ranqueado na última posição, entre os 18 países que compõem o ranking. Isto é resultado de uma performance constantemente abaixo da média nos indicadores considerados, como pode ser observado no quadro resumo ao lado”, afirmou o documento.

O fator em que o Brasil se desempenhou melhor foi em ‘Baixo Carbono e Recursos Naturais’, no qual alcançou a 12ª posição. Dentro desse tópico, o que mais chama a atenção é a 2ª colocação no que tange a descarbonização, oriunda de um bom uso de energia renovável na matriz (1º), e o posicionamento do país na intensidade de Emissões de Gases de Efeito Estufa (5º). “Esse é o resultado de boas colocações nos indicadores de intensidade de emissões de GEE e participação do uso de energia renovável na matriz. No entanto, ainda é necessário avançar em termos de eficiência energética, subfator em que o Brasil ocupa a faixa inferior do ranking, na 12ª posição”, diz o levantamento.

No entanto, o maior desafio em termos de sustentabilidade para o Brasil está relacionado à economia circular. O Brasil ocupa o penúltimo lugar no ranking desse subfator, resultado de manejo inadequado dos resíduos sólidos urbanos, e de um mal posicionamento em produtividade de recursos. Ano passado, foi instituída a Estratégia Nacional de Economia Circular, buscando promover a transição de um modelo de produção linear para uma economia circular.

Dentre os fatores em que o desempenho brasileiro foi mais abaixo foi o de ‘Educação’, com o país assumindo a 18ª colocação, com 2,61 pontos. “O 16º lugar ocupado em Educação Básica é reflexo da 12ª colocação alcançada em gasto governamental em educação por estudante, além dos resultados do desempenho dos alunos no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) estar entre os piores do ranking”, informou o levantamento. A educação Profissional e Superior – fundamental para preparar o indivíduo para o mercado de trabalho industrial – ficou na penúltima colocação.

No ‘Ambiente Econômico’, o Brasil também está na última posição, em decorrência do baixo desempenho do fator de financiamento, o que envolve a taxa de juros de curto prazo, oferta de crédito privado, o mercado de ações e o spread bancário – fatores que também não desempenharam bem. O sistema tributário do país também contribui para a baixa colocação. “O Brasil ainda possui diversos gargalos em relação a macroeconomia e investimento, ocupando a 17ª posição neste subfator, à frente apenas da Argentina. O indicador que o Brasil possui melhor colocação é o referente à inflação, em que ele ocupa a 7ª colocação”.

A 18ª colocação também pertence ao Brasil no que tange ao ‘Desenvolvimento Humano e Trabalho’, com o país sendo o segundo pior país em diversidade, equidade e inclusão, além do péssimo desempenho em igualdade de gênero (16º) e desigualdade de renda (18º). “Apesar da boa colocação no indicador de razão de dependência, ocupando o 2º lugar, o país ainda possui muitas complicações quanto às regulamentações trabalhistas, em que ocupa a 16ª posição”, comenta o relatório.

Para alcançar os resultados, foram analisados diversos fatores e subfatores, como: Ambiente de negócio – Segurança pública e defesa do Estado, Segurança jurídica, Governança, Desburocratização, Ambiente regulatório. Ambiente econômico – Tributação, Macroeconomia e investimento. Baixo carbono e recursos naturais – Descarbonização, Economia circular. Comércio e integração internacional – Comércio justo, Mercado externo. Desenvolvimento humano e trabalho – Saúde e segurança, Relações de trabalho, Diversidade, equidade e inclusão. Desenvolvimento produtivo, inovação e tecnologia – Ciência, tecnologia e inovação, Desenvolvimento produtivo, Produtividade e inovação nas empresas. Educação – Educação básica, Educação profissional e superior. Infraestrutura – Energia, Infraestrutura digital e urbana, Transporte e logística.

Indústria
Indústria. Foto: Anamul Rezwan.

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