O Ministério Público Federal (MPF) apontou indícios de crime no contrato de aquisição de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde. De acordo com o MPF, o imunizante foi contratado em um valor 1000% maior do que a oferta inicial. A vacina da Covaxin custou ao governo brasileiro R$1,6 bilhão, o que representa R$80,70 por imunizante. Em entrevista à CNN, o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), irmão de Luís Ricardo Fernandes Miranda, chefe do departamento de Logística em Saúde do Ministério da Saúde, afirmou nesta quarta-feira (23) que levou pessoalmente ao presidente da República Jair Bolsonaro “provas contundentes” das irregularidades no contrato da Covaxin.
Diferentemente da aquisição das outras vacinas pelo governo federal, o contrato de compra da Covaxin foi firmado entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos, uma empresa que intermediou as negociações. O caso foi parar na CPI da Covid no Senado, após o chefe do departamento de Logística em Saúde ter dito que recebeu forte pressão de superiores para acelerar a importação da Covaxin. A Comissão Parlamentar de Inquérito convocou Francisco Emerson Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, para prestar depoimento nesta quarta-feira (23), mas a sessão foi adiada para a próxima semana após ele alegar que está cumprindo quarentena. Além disso, a CPI pretende ouvir os irmãos Luís Miranda e Luís Ricardo Fernandes.