Uma linda homenagem de parte da trajetória da cantora Gal Costa, personagem vivida por Sophie Charlotte, é retratada na obra cinematográfica “Meu nome é Gal”. A pré-estreia aconteceu ontem (02), no Cine Glauber Rocha, em Salvador, com a presença do elenco, diretoras, artistas e formadores de opinião. Datado a partir do final da década de 1960, o filme conta o ínicio da carreira da baiana, ainda tímida, que sai da Bahia aos 20 anos de idade e vai arriscar a vida no Rio de Janeiro, encontrando os seus amigos, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Dedé Gadelha, que logo formam o movimento da Tropicália.
A atriz Sophie Charlotte surpreende a todos com uma impressionante interpretação, desde a timidez doce da cantora até a forte presença arrebatadora nos palcos, revelando ainda a marcante personalidade de Gal. Ela canta lindamente e não decepciona. Mas óbvio que não se pode ir aos cinemas esperando a voz fina, capaz de alcançar a dimensão rara na extensão do canto de Gal. Rodrigo Lellis, que vive Caetano Veloso, se destaca pela semelhança com o cantor e nos transporta com uma linda interpretação para esses momentos incríveis da história da vida de Gal e o surgimento da Tropicália. A personalidade forte e política, contra a ditadura, do cantor, é bem retratada e emociona.
Luis Lobianco, interpreta o empresário musical Guilherme Araújo. Também conquista o público e garante boas risadas durante a obra, com leveza e humor. Ele conduz o filme bem entre as tantas personalidades fortes que são reveladas e conhecidas por todos. O elenco foi escolhido a dedo e isso fica muito claro nesses detalhes. É nítida a entrega de cada profissional para viver cada personagem. Destaque ainda para Chica Carelli, que interpreta Dona Mariah, mãe de Gal, e Dandara Ferreira, que além de ser diretora juntamente com Lô Politti, presenteia o expectador vivendo Maria Bethânia.
A direção foi muito feliz nas escolhas e com certeza teve um trabalho enorme para selecionar essa fatia importante da vida de Gal Costa. O resultado não poderia ter sido outro, se não, uma homenagem que emociona, um verdadeiro deleite para os fãs e todos que vão poder reviver, conhecer e se apaixonar ainda mais por ela. Gal, sem dúvidas, continua viva através de sua obra. Produzido pela Paris Filmes, em coprodução com a Globo Filmes e Telecine,” Meu nome é Gal”, é, sem dúvidas, o filme nacional mais aguardado dos últimos tempos e entra em cartaz nos cinemas de todo o país no próximo dia 12 de outubro.
*Por Tarcicio Neto, diretor teatral e artístico.
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