Pré candidatos a Prefeitura de Salvador em 2020. Foto: Reprodução.

Os soteropolitanos receberam duas pesquisas de intenções de voto essa semana que não dizem muita coisa, considerando a distância de dez meses para a eleição. Muitos dos nomes sequer terão vingadas as suas postulações.
Quando se analisa os números, a discrepância já começa na cabeça. O vice-prefeito Bruno Reis (DEM) lidera na pesquisa Big Data/Record com 11 pontos de vantagem sob o segundo colocado Guilherme Bellitani (sem partido), e 12 pontos a frente do Pastor Sargento Isidório (Avante), terceiro colocado.

Um dia depois os números se invertem. O Instituto Paraná Pesquisas/Bahia Notícias apontou a liderança de Isidório, que chega a saltar 19 pontos percentuais de uma pesquisa para outra, a depender do cenário. Bruno Reis e Guilherme Bellitani oscilam dentro da margem de erro, assim como todos os demais citados.

Entre comemorações e lamentações, o mais curioso de tudo é que ambas as pesquisas foram realizadas no mesmo período e apresentaram resultados diferentes. Convenhamos, nem Freud explica.

Rejeição – Impressionam os índices dos principais pré-candidatos, segundo o Instituto Paraná Pesquisas. Entre os entrevistados, 57,8% disseram que não votariam em Nelson Pelegrino (PT). Na sequência estão Lídice da Mata (PSB), com 55,4%; Isidório (Avante), com 46,9%; Guilherme Bellitani (sem partido), com 46,6%; e Bruno Reis (DEM), com 35,3%.

Peso positivo – Ainda segundo a Paraná Pesquisas, o apoio do prefeito ACM Neto aumentaria em 52,3% as chances do eleitor votar em um candidato. O apoio do governador Rui Costa (PT) também tem um peso enorme na decisão do eleitor, com 50,3%. O apoio do ex-presidente Lula vem logo atrás, com 48,1%.

Peso negativo – Apenas 16,4% dos entrevistados afirmaram que o apoio do presidente Bolsonaro aumentaria as chances de votar em um candidato. Não é atoa que nenhum dos postulantes cita o apoio do presidente como importante. Em tempo, a aprovação da gestão federal é de apenas 28,8%.

Briga boa – A disputa política entre o prefeito ACM Neto e o governador Rui Costa tem um lado positivo. Apesar de alguns setores ainda amargarem avaliações negativas, Salvador se transformou em um grande canteiro de obras. Isso reflete na avaliação das gestões municipal e estadual. A gestão de Neto é aprovado por 75,2% e a de Rui por 73,3%.

Desidratada – A Rede não é mais aquela sigla pujante de outrora. Nenhum dos seus dois pré-candidatos, Célia Sacramento e Magno Lavigne, apareceram nas pesquisas divulgadas esssa semana. O efeito Marina Silva acabou.

Parece piada – Com apenas um artigo, o deputado federal Pastor Eurico (Patriotas-PE) quer proibir a instalação de motéis em áreas residenciais em todo país. A proposta não terá adesão além dos muros da bancada evangélica. Alguns parlamentares ainda não perceberam que a liberdade responsável é o melhor caminho.

O mundo lá fora – O Chile, onde a iniciativa privada é responsável por 94% do setor de saneamento, a cobertura de água, esgotamento e tratamento de esgoto está próxima a 100%, com altos índices de qualidade na prestação de serviços. No Brasil, as companhias privadas são apenas 5%. O esgotamento por aqui atinge 55% da população, mas desse número somente 43% é tratado corretamente. Ou seja, 45% dos brasileiros vivem literalmente na lama.

Frase da semana – “A Sudene não é para se trabalhar politicamente, mas um lugar para construir debates. O Consórcio Nordeste será bem recebido para pensar junto com a Sudene. O Nordeste oferece um mundo de oportunidades”. (Douglas Cintra, novo presidente da SUDENE)

Inquietude – Será que a escolha dos candidatos de Neto e Rui ficará para depois do Carnaval?