Sede do Banco Central do Brasil em Brasília
Sede do Banco Central do Brasil em Brasília. Foto: Marcello Camargo.

Após o Comitê de Política Monetária (Copom) acelerar o aumento da Taxa Selic – juros básicos da economia – para 11,25% ao ano, o setor produtivo vem fazendo críticas a decisão. Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a taxa está em nível excessivo e incompatível, resultando em restrições adicionais à atividade econômica e reflexos negativos sobre o emprego, e o equilíbrio das contas públicas.

“A CNI estima que a taxa básica de juros de equilíbrio deveria estar em 8,4% ao ano, considerando a inflação acumulada nos últimos 12 meses. Mesmo ao considerar a expectativa de inflação, a taxa de juros de equilíbrio é estimada em 9,3% ao ano”, afirmou a entidade industrial, em nota.

Já a Associação Paulista de Supermercados (Apas) considera que o choque de juros tende a prejudicar a atividade econômica e desestimular os investimentos. “A Apas entende ainda que é fundamental que o conjunto da política macroeconômica avance de modo conjunto e coordenado e, neste sentido, a política fiscal possui um papel importante tanto na ancoragem das expectativas quanto no desenvolvimento consistente e sustentável da economia brasileira”, diz Felipe Queiroz, economista-chefe da entidade.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), lembra que o país está entre os maiores pagadores de taxa básica real do mundo e considera que decisão trava toda a economia. “Tem impactos nas taxas de juros de todo o sistema financeiro, ou seja, aumenta o custo do dinheiro para as famílias e empresas, aumentando também o endividamento de quem precisa de empréstimos, mas não consegue mais pagar”, reforçou a vice-presidenta da Central, Juvandia Moreira.

Segundo Miguel Torres, presidente da Força Sindical, o Banco Central vai na contramão do desenvolvimento do país. “O aumento é mais uma forma de asfixiar os trabalhadores. Sem cortes relevantes, há redução dos investimentos e das chances de crescimento. É importante ressaltar que juros em patamares proibitivos sangram as divisas do País e inviabilizam o desenvolvimento e o investimento, e, consequentemente, a geração de empregos com mais renda”, destacou Torres.

Calculadora. Foto: Marcello Casal Jr/Ag. Brasil.
Calculadora. Foto: Marcello Casal Jr/Ag. Brasil.

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