Na última quarta-feira (27), aconteceu uma audiência pública da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, em Brasília, reunindo convidados para exaltar a importância social e histórica do axé como expressão das raízes negras da Bahia e do Brasil. A reunião foi sugerida pela deputada Lídice da Mata (PSB-BA), autora do projeto que institui o Dia Nacional da Axé Music que, caso aprovado, será comemorado no dia 17 de fevereiro. Presente na ocasião, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, afirmou que o gênero representa uma maneira de contar a história do povo negro.
“Graças a esta música é que a gente conseguiu criar algumas referências positivas sobre a nossa história, e esta música faz uma diferença no nosso jeito de ser, na nossa maneira de vestir, na nossa maneira de reverenciar os heróis do nosso passado. A Bahia, graças a Deus, nos dá essa régua e compasso, como nos disse Gilberto Gil, para termos a consciência de quem a gente é, reconhecer de onde a gente vem, e criar e traçar o nosso futuro”, disse Margareth.
Também presente, a cantora e compositora Daniela Mercury, declarou que o axé é um movimento de resistência que surgiu após o fim da Ditadura Militar, representando a expressão de um povo que precisava ter voz. Além disso, a artista ressaltou que o termo provém do Iorubá e significa força que emana de tudo que é vivo.
“O Canto da Cidade é um samba reggae do Olodum, cantado com rock misturado, com baixo, com bateria, que a gente ia inventar. Eu, pessoalmente, queria muito ter uma música politizada, porque eu passei 20 anos na ditadura militar, e eu queria falar da felicidade de estar na democracia, eu queria falar dessa alegria possível”, disse Daniela.
“O Carnaval mudou, nós mudamos e estamos fortemente agradecidos pela atitude de que nós tenhamos um dia reconhecido como um marco do axé music, mas nós somos Carnaval e responsabilidade 365 dias do ano”, afirmou o cantor e multi-instrumentista Carlinhos Brown, em apoio a proposta de criação do Dia Nacional da Axé Music.
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