Com o tema “Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Racial”, a 4ª Conferência Municipal de Igualdade Racial está acontecendo até esta terça-feira (27), em Salvador. Reunindo representantes da sociedade civil, do poder público e de movimentos sociais, a iniciativa busca ampliar o diálogo e promover propostas que contribuam para o enfrentamento ao racismo e para a promoção da igualdade racial na capital.
A palestra de abertura foi conduzida pela pesquisadora Carla Akotirene, especialista em Políticas de Raça e Gênero e doutora em Estudos de Gênero, Mulheres e Feminismos pela UFBA. Reconhecida pela trajetória como militante e gestora pública, ela abordou temas como o processo de reparação histórica, a importância da coleta do quesito raça/cor para a formulação de políticas públicas, a efetivação do Estatuto da Igualdade Racial e as dimensões da transversalidade e intersetorialidade nas políticas públicas.
“Estar aqui é, de fato, um reconhecimento — e não só isso: é também o exercício de uma autoridade discursiva. Nos últimos 20 anos, me dediquei de forma implacável à defesa das políticas de igualdade racial, especialmente no campo da reparação, com o objetivo de promover justiça histórica diante dos danos causados pelo escravismo. Participar deste encontro, para mim, é uma oferenda a Exú neste dia, para que possamos comunicar estratégias de enfrentamento ao racismo institucional”, disse Akotirene.
“Esta conferência é de grande importância para a sociedade, por ser um espaço de debate entre a sociedade civil e o poder público. Nesta quarta edição, há um fortalecimento das discussões em torno de temas fundamentais para a nossa população, especialmente no que diz respeito à questão racial. Embora já existam legislações importantes aprovadas e em vigor, ainda é necessário debatê-las e aprimorá-las. Vivemos em uma cidade onde 83% da população é composta por pessoas pretas e pardas, que ainda enfrentam diversas dificuldades para sobreviver com dignidade — em áreas como segurança, educação, trabalho e mobilidade”, afirmou Evilásio Bouças, presidente do Conselho Municipal das Comunidades Negras (CMCN).
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