Amiga pessoal e, até então defensora do trabalho, de Regina Duarte na Secretaria de Cultura do Brasil, a escritora e dramaturga Aninha Franco declarou perplexidade com a entrevista que a secretária concedeu ao canal CNN, ontem (07). “Assisti a um das centenas de arquivos que recebi da entrevista de Regina Duarte à CNN, ontem. Confesso que não conhecia esta Regina Duarte”, disse Aninha. “Somos vítimas de um sistema falido pela corrupção e ignorância política há muito tempo. A questão é que Regina pecou em humanidade”, completou.
Na entrevista, Regina Duarte se recusou a responder a um vídeo enviado por Maitê Proença, que cobrava ações junto a classe artística. No vídeo, ela afirma: “A Cultura está perplexa com a falta de informação com o que tem sido feito ou proposto. É inexplicável o silêncio sobre uma política para o setor. Nós estamos sobrevivendo de vaquinhas. Nesse túnel comprido, e sem futuro a vista para arte, que afinal, se faz juntando gente. Mas, até quando isso vai se sustentar?”.
Além disso, Regina minimizou o período da ditadura. “Cara, desculpa, eu vou falar uma coisa. Assim, na humanidade não para de morrer. Se você fala em vida, do outro lado tem morte. E as pessoas ficam ‘ó, ó, ó’. Por quê?”, argumentou. “É porque houve tortura, secretária”, interrompeu Daniel Adjuto. “Bom, mas sempre houve tortura. Meu Deus do céu, Stalin, quantas mortes? Hitler, quantas mortes? Não quero arrastar um cemitério de mortos nas minhas costas. Não desejo isso para ninguém. Sou leve, estou viva, estamos vivos, vamos ficar vivos”, concluiu Regina.