Bandeira LGBT
Bandeira LGBT. Foto: Reprodução.

Nesta sexta-feira, dia 28 de junho, é celebrado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. Nesta mesma data, em 1969, a comunidade LGBTQIA+ iniciou uma rebelião no bar gay Stonewall Inn, em Nova York, nos Estados Unidos, onde o grupo que sempre sofria repressões policiais e da sociedade resistiu e começou a organizar protestos. O acontecimento marcou a data e incentivou várias ações em prol do movimento e de seus direitos civis e sociais. No Brasil, as movimentações começaram dez anos antes do evento em Nova York, quando houveram tentativas de realizar reuniões nacionais de homossexuais e travestis, entre 1959 e 1972.

No final da década de 1970, é criado o “Somos: Grupo de Afirmação Homossexual” em plena ditadura militar, período onde os jornais “Lampião da Esquina” e “ChanacomChana” começaram a noticiar fatos do universo LGBTQIA+. Esse último impresso foi distribuído pelo Grupo de Ação Lésbica Feminista em 1983 no Ferro’s Bar, em São Paulo, até serem impedidas de entregar a publicação. Com isso, invadiram o estabelecimento para denunciar a censura e a perseguição contra as lésbicas, marcando o Dia do Orgulho Lésbico, em 19 de agosto.

Em 1985, antes mesmo da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Conselho Federal de Medicina do Brasil retirou a homossexualidade do rol patologias, que até então, era considerada doença. No ano seguinte, aconteceu a proibição de discriminação devido à orientação sexual no Código de Ética do Jornalista, que a partir de então, não podem promover perseguição ou discriminação por motivos sociais, políticos, religiosos, raciais, de sexo e de orientação sexual.

As primeiras paradas LGBTQIA+ brasileiras aconteceram entre 1995 e 1997 no Rio de Janeiro e em São Paulo, respectivamente. Na capital carioca, reuniu 3 mil pessoas na praia de Copacabana em janeiro de 1995, já no próprio Dia do Orgulho, 28 de junho, os paulistas realizaram o que é considerado a primeira parada do Orgulho LGBTQIA+ no país, em 1997.

Em 29 de janeiro de 2004, homens e mulheres transexuais e travestis lançaram a campanha “Travesti e Respeito”, promovida pelo Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde. Inclusive, a mesma data é o Dia da Visibilidade de Transexuais e Travestis no Brasil.

O casamento LGBTQIA+ virou pauta a partir de 2011, quando Supremo Tribunal Federal (STF) alterou no Código Civil o entendimento que a família era formada por um homem e uma mulher, permitindo uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo. Já em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), obrigou os cartórios civis a celebrarem o casamento civil homoafetivo.

Em 2018, o STF concedeu direito às pessoas trans mudarem nome e gênero nos documentos sem precisar comprovar cirurgia ou tratamentos e, no ano seguinte, a entidade enquadrou a homofobia e transfobia como crimes de racismo. Tudo isso, somente 65 anos depois da primeira atuação do movimento LGBTQIA+ no Brasil.

Nesta sexta-feira (28), o jornalista e secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, afirmou em suas redes sociais que, apesar das conquistas, fruto da luta incansável dos participantes, ainda há muito a fazer. “É longo o caminho que ainda temos a trilhar. Afinal, são muitos de nós que ainda enfrentam preconceitos, sistemáticas discriminações, o ódio, e violências de ordem simbólica, psicológica e física”, ressalta.

Além disso, ele enxerga que reafirmar o orgulho neste 28 de junho é também reafirmar a própria dignidade humana e a liberdade de amar e ser amado. “Essa data emblemática, nascida do histórico evento de Stonewall, simboliza nossas lutas por direitos sociais, civis, humanos e culturais – direitos essenciais e que dão vida e cor à bandeira da diversidade”, comenta Bruno.

Parada LGBTQIA+ Bahia. Foto: Reprodução.

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