Dra Andreia Garcia. Foto: Divulgação.
Dra Andreia Garcia. Foto: Divulgação.

Embora o congelamento de óvulos tenha crescido quase 50% no Brasil no último ano, uma das perguntas mais ouvidas nos consultórios médicos e em clínicas de reprodução assistida talvez seja exatamente essa: é possível congelar óvulos após os 35 anos? A resposta é sim! Mas requer observações.

Congelar óvulos tem sido o método mais utilizado dia após dia pelas mulheres que estão em pleno crescimento de carreira ou ainda se estabilizando na vida – e preferem postergar a decisão sobre a maternidade. A técnica permite à mulher, caso opte por ser mãe tardiamente, poder realizar o sonho; já que o número de óvulos que nasce com as mulheres reduz ao longo da vida e vai também perdendo qualidade.

Caso tenha realizado o congelamento e futuramente a mulher opte por não ser mãe, ela pode tomar a decisão de descartar o material congelado ou, doar para bancos de óvulo, visando ajudar outras mulheres e casais que não conseguem alcançar a gestação com óvulos próprios.

Por volta dos 35 anos, estima-se que as mulheres tenham uma quantidade já limitada de óvulos. Por isso, os especialistas recomendam que – caso a mulher pense em aderir ao congelamento – priorize antes desta faixa etária.

Não apenas pela quantidade, mas considerando-se também a qualidade desse material, já que o congelamento mantém as características exatas de quando o óvulo foi colhido. Mesmo que a mulher opte por ser mãe anos depois – se houver viabilidade física – o óvulo manterá as características do dia em que foi coletado.

“Após os 35 anos é sim possível realizar o congelamento. O que ocorre é que o número de óvulos pode ser ainda mais escasso e a qualidade deles pode já estar comprometida. Óvulos com menor qualidade podem provocar um maior risco de abortamento, aumenta as chances de gravidez de risco ou até de doenças cromossômicas”, explica a médica do IVI Salvador, Dra. Andreia Garcia.

Existem casos em que o congelamento é recomendado para assegurar a preservação da fertilidade da paciente, independentemente da idade. No caso de mulheres que já são mães (ou não), mas que descobrem aos 40 anos, por exemplo, uma doença grave como o câncer, os médicos recomendam realizar o congelamento de óvulos antes de iniciar o tratamento contra a doença.

O passo a passo do congelamento

O primeiro passo para o procedimento de congelamento de óvulos começa no consultório, com o médico e posteriormente na realização dos primeiros exames (laboratoriais e de imagem), que vão apontar como está a saúde geral da mulher.

Passada a fase dos exames, a mulher inicia o uso de medicamentos e hormônios para estimular a ovulação. Todo o cronograma é acompanhado de perto pela equipe médica. O prazo médio entre uso dos medicamentos e coleta do material não ultrapassa, normalmente, os 14 dias.

No dia de realizar a coleta dos óvulos, a paciente utiliza uma estrutura de day hospital, na própria clínica IVI. O processo é sob anestesia, realizado com estrutura semelhante à de uma ultrassonografia transvaginal. Algumas horas depois de realizada a coleta, a mulher recebe alta para retornar para casa.

O indicado é que no dia do procedimento e alguns dias após, ela evite esportes de impacto e exercícios muito pesados, pois há um risco de leve sangramento. Mas essa é a única observação. De resto, vida normal.

Todas as informações sobre o procedimento e sobre agendamentos estão disponíveis aqui.

Gravidez
Imagem ilustrativa. Foto: Unsplash.

Receba também as atualizações do Anota Bahia no: Google Notícias, Twitter, Facebook, Instagram, LinkedIn e Spotify.