Foi apresentado, nesta terça-feira (6), pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, o plano de trabalho que será seguido pelo colegiado durante as investigações. O texto ainda precisa da aprovação da maioria dos integrantes da comissão.
Segundo o documento, a chamada CPMI do Golpe deve iniciar os processos investigativos pela atuação do então ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, acusado de usar operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar a locomoção de eleitores no Nordeste nos dias de votação do segundo turno das eleições.
Além disso, também serão apuradas as “manifestações golpistas ocorridas nas rodovias nacionais logo após o resultado do pleito” e a atuação de Torres como secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF) nos acontecimentos dos dias 12 e 24 de dezembro, no acampamento na região do Quartel-General do Exército, em Brasília. De acordo com o texto, não há o impedimento de que novos fatos conexos possam vir a ser incluídos na investigação.
Em sua justificativa, Eliziane Gama argumentou que é preciso conhecer as ações que antecederam a invasão do dia 8 de janeiro. “O dia das depredações não começou à meia-noite de 8 de janeiro de 2023, mas muito antes, em uma sucessão de eventos de, para dizer o mínimo, exaltação de ânimos”, afirmou a senadora.