
A cena musical independente no Brasil cresce em ritmo acelerado, mas ainda enfrenta desafios para se manter sustentável e alcançar o grande público. Para a gestora cultural Marcela Silva, especialista em A&R e gestão de carreiras, a chave para “furar a bolha” e conquistar relevância duradoura está na combinação entre identidade artística, consistência e redes de apoio.
Segundo o relatório Loud and Clear do Spotify, artistas e gravadoras independentes receberam mais de US$ 5 bilhões em royalties em 2024, quase metade do valor total distribuído pela indústria musical. Mesmo assim, muitos talentos emergentes esbarram em barreiras de visibilidade e na falta de estrutura de grandes gravadoras. “Furar a bolha na indústria da música é um processo contínuo. Muitos artistas alcançam o sucesso momentâneo, mas desaparecem porque não constroem reputação e identidade artística. É isso que sustenta uma carreira no longo prazo”, afirma Marcela.
Com experiência na gestão de nomes como Zai, Cinara e a banda SambAiana, Marcela ressalta a importância de estratégias sólidas nos bastidores. “Gerir uma carreira independente vai muito além da criação musical. É preciso equilibrar produção, distribuição, marketing e finanças de forma estratégica, pensando sempre na continuidade dos projetos”, explica.
A especialista defende que a sustentabilidade criativa é essencial para que novos artistas possam se manter ativos, mesmo fora do circuito mainstream. “A independência permite liberdade, mas exige planejamento. Diversificar fontes de receita, fortalecer redes de apoio e cuidar da imagem são caminhos para que as novas vozes da música brasileira sigam ecoando com propósito, solidez e autenticidade.”
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