Nesta quarta-feira (22), é comemorado o Dia Mundial da Água, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU). No país, os olhos das autoridades estão voltados para o Cerrado, um dos biomas brasileiros que pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, devido ao ritmo da atividade agropecuária.
O fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona, publicou um estudo na revista científica internacional Sustainability que registra a análise de 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Os dados revelam que devido ao avanço da agropecuária na região, a diminuição da vazão foi constatada em 88%.
“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Salmona, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.
Ainda segundo o levantamento, o ciclo hidrológico da região também tem sido influenciado pelo cultivo de soja, milho e algodão. De acordo com a pesquisa, as mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante, 44%, está associado a mudanças climáticas.
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