Dioney Mascarenhas. Foto: Renata Marques

Na noite da última sexta-feira (30), o Museu de Arte da Bahia (MAB), recebeu o lançamento da biografia de D. Luigi Maria Verzé, fundador do Monte Tabor – Centro Ítalo-Brasileiro de Promoção Sanitária: um legado de fé, ciência e humanismo. A ocasião marcou um tributo à vida e obra do fundador da instituição. Em entrevista ao Anota Bahia, o diretor executivo do Monte Tabor, Dioney Mascarenhas, falou sobre os desafios para preservar e atualizar a obra de D. Luigi em meio as demandas da saúde pública.

“D. Luigi trouxe para a gente um conceito de que para o homem a gente deve dar tudo aquilo que a gente tem e tudo aquilo que a gente é. E quando a gente olha para as demandas de saúde pública, a gente vê que as demandas são cada vez crescentes. Então são necessidades limitadas frente a recursos limitados. ‘Como dar para as pessoas que precisam aquilo que de fato elas precisam?’ É sempre muito difícil e a gente hoje tem feito isso através das nossas iniciativas, dos nossos processos sociais”, disse.

“A Missão Barra é uma missão de voluntariado que acontece há mais de 25 anos e que atende o Oeste Baiano. O nosso ambulatório social Luigi Verzé, que funciona no bairro de Pau da Lima, um ambulatório de muitas especialidades e com atendimento gratuito a toda a população. O Centro de Tratamento de Doenças e Úlceras Venosas Benjamin, esse conveniado com sistema único de saúde. Também através das iniciativas de educação como Ludovica, um centro de educação profissional que fica no bairro de Pau da Lima e com a Creche Amor ao Próximo que fica no bairro de Nova Esperança. A gente entende que para o homem a gente precisa ir em busca dele, a gente precisa aprender e ensiná-lo, como diz D. Luigi, dentro da nossa missão e curar ele na sua tríplice dimensão bio, psico e espiritual”, explicou Dioney.

O diretor executivo também falou sobre a atuação da instituição na capacitação de novos profissionais, ligada ao conceito de D. Luigi: “A gente entende que a transformação do mundo, ela só vem com a educação. A gente passou por um momento difícil, que foi um momento de pandemia, onde muitas pessoas ficaram desempregadas. A fim de fazer com que essas pessoas consigam com menos dificuldade adentrar o mercado de trabalho, a gente começou a promover custos de capacitação em profissões e em capacitações simples, como o cuidador de idoso, auxiliar de farmácia, porque é uma forma das pessoas conseguirem o emprego e melhorarem a sua condição de vulnerabilidade. E isso faz parte do legado de D. Luigi, porque quando ele diz que a gente precisa colocar o homem no centro, então, para o homem a gente tem que tentar atender ele nas todas as suas dimensões. Se nesse momento a gente está precisando de capacitação, o Monte Tabor chega lá e se propõe a fazer isso”.

Por fim, Dioney explicou como funciona a medicina humanista de D. Luigi e como isso se tornou um diferencial entre as demais instituições. “A gente tem falado muito ultimamente sobre humanização na saúde, mas o que de fato é humanização na saúde, ainda mais nesse momento que a gente está sendo engolido praticamente por todas as tecnologias e inteligência artificial. D Luigi sempre colocou que para o homem a gente precisa dar tudo aquilo que a gente tem e tudo aquilo que a gente é. O diferencial disso tudo é porque a gente enxerga no homem um outro Cristo. Então se, por exemplo, eu enxergo que aquele que sofre, aquele que chega a mim é um outro Jesus, assim como Jesus nos ensinou, fica muito fácil humanizar tudo aquilo que a gente faz. A vantagem de ter essa humanização é que a gente consegue atender a todas as necessidades do ser humano, de todos aqueles que nos procuram”, concluiu.

Dioney Mascarenhas. Foto: Renata Marques

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