
A história da vida José Raimundo Lima Chaves ganha as telas do cinema com o documentário “Pai Pote, o Filho de Ogum”. A produção aborda a história da vida de Pai Pote, um homem negro, gay e Babalorixá de Santo Amaro, responsável por disseminar a cultura do Recôncavo e do Candomblé em diversos países do mundo, como Estados Unidos, Portugal, França, Alemanha, entre outros. A pré-estreia acontecerá nesta sexta-feira (16), durante a programação do Bembé do Mercado. Com direção da cineasta santoamarense Laís Lima, a narrativa do filme registra três grandes eventos anuais que acontecem na agenda do Babalorixá: a Lavagem da Purificação, o Bembé do Mercado e Lavagem de La Madeleine, em Paris.
Pai Pote tem dedicado sua vida à incansável luta pelo reconhecimento e valorização do Bembé, uma manifestação religiosa de matriz africana, secular, que completa 136 anos. “Eu realmente fico muito feliz com o filme, satisfeito porque é uma coisa que vai ficar para o mundo, vai ficar pra vida toda. Eu sinto que mereço isso, trabalhei pra isso, lutei, não é nem trabalho, é a minha vida. É uma luta de corpo e alma que apareceu, e agora está tendo um resultado positivo e eu nem esperava que fosse tão positivo assim”, comenta o Babalorixá.
Para Laís Lima, o significado de poder exibir a produção no Bembé é muito importante por ser a oportunidade da comunidade assistir ao filme. “Acredito na força do cinema documentário e é através dessa linguagem que venho contando a história do meu povo e da nossa cultura. Hoje Pai Pote é uma das principais lideranças religiosas da Bahia e o tempo de convivência e amizade com ele despertou em mim essa vontade de fazer um filme contando a sua história”, declarou.
“Eu já acompanho o Pai Pote há muito tempo, mas acompanhá-lo neste último ano foi muito especial. Lembro que quando estávamos na UNESCO, com a embaixadora do Brasil da entidade, eu fiquei bastante emocionada com a grandiosidade de Pai Pote, com seu trabalho incansável com o Bembé do Mercado. Nós estávamos ali, em um lugar que pouca gente tem acesso e Pai Pote tornou isso possível. Como um bom homem de Ogum, ele abre caminhos”, relembra Laís.

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