Polo Industrial de Camaçari. Foto: Rafael Martins/Sistema FIEB

Acompanhando o desempenho negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, entre abril e julho, a economia da Bahia registrou retração no terceiro trimestre de 2025. Segundo levantamento do Instituto de Auditores Fiscais da Bahia (IAF Sindical), o principal fator para a desaceleração foi o impacto do tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A entidade afirma que o impacto foi sentido nos setores industrial e de serviços, resultando em queda real de 2,01% na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) entre julho e setembro. O valor representa cerca de R$ 10,24 bilhões frente aos R$ 10,45 bilhões arrecadados no mesmo período de 2024.

Entre os segmentos mais afetados estão o de Petróleo (-4,17%), Indústria de Bebidas (-7,84%), Mineração e Derivados (-6,6%) e Indústria Química (-13,35%). Já o setor atacadista apresentou leve retração (-1,12%), compensada por um pequeno avanço no Varejo (1,24%) e crescimento expressivo nos Supermercados (13,37%), impulsionado pela manutenção do consumo de alimentos, embora a demanda por bebidas e bens duráveis tenha caído.

No acumulado de janeiro a setembro, contudo, a arrecadação do ICMS — que representa cerca de 90% das receitas tributárias do Estado — ainda apresenta ganho real de 1,94%, somando R$ 30,837 bilhões, ante R$ 30,251 bilhões registrados no mesmo período de 2024. O resultado foi favorecido pela recuperação de créditos tributários ocorrida nos primeiros meses do ano, em função da anistia fiscal. Para a entidade, a manutenção da taxa Selic em patamar elevado tem sido apontada como um dos principais entraves à retomada econômica, ao inibir a demanda por crédito, o consumo de bens duráveis e novos investimentos.

“O cenário demanda um esforço conjunto entre o Estado, o setor produtivo e as instituições de fomento […] Sem crescimento econômico, não há como sustentar o aumento da arrecadação nem atender às demandas por infraestrutura e serviços públicos de qualidade. Há também a importância de fortalecer os órgãos de pesquisa e extensão rural e de garantir a atuação efetiva de agentes de fomento como a Desenbahia e o Banco do Nordeste, canalizando recursos do BNDES, FINEP e FNE para novos empreendimentos”, afirmou Josias Menezes, diretor de Assuntos Econômicos e Financeiros do IAF Sindical.

Economia. Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

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