
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele é o tipo mais frequente no Brasil, com mais de 230 mil novos casos por ano. Esse é um dos temas abordados no 35º Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica, que está sendo realizado no Centro de Convenções de Salvador, até este domingo (27). Dentro dos debates do evento, fica claro que a prevenção precisa estar alinhada com o diagnóstico precoce, usando a tecnologia como aliada. Os especialistas internacionais, o espanhol Miguel Sánchez Viera e o argentino Gastón Galimberti, trazem as últimas inovações no uso da inteligência artificial (IA) para auxiliar na detecção precoce do câncer de pele, especialmente o melanoma, o tipo mais agressivo da doença.
A inteligência artificial tem sido aplicada em softwares capazes de analisar imagens de lesões cutâneas com altíssima resolução, cruzando informações com vastos bancos de dados dermatológicos. Isso permite identificar padrões de malignidade e sugerir, com alto grau de confiabilidade, a necessidade de biópsia ou intervenção precoce. Segundo Sánchez, em menos de 1 minuto, o algoritmo analisa as imagens e dá possíveis diagnósticos. “Nos diz que a probabilidade de ser câncer de pele, um melanoma, é de 60%. A probabilidade de ser um carcinoma basocelular é de 30%, por exemplo”, afirma o especialista, que reforça que a IA não substituirá o médico.
“Com o uso de IA, conseguimos hoje identificar lesões suspeitas com maior precisão e muito mais rapidez. A inteligência artificial chegou, veio para ficar, vai nos permitir ter suporte no diagnóstico, classificar a gravidade das doenças automaticamente e triar a gravidade dos nossos pacientes. A tecnologia atua como uma extensão do olhar clínico, oferecendo ao dermatologista uma ferramenta poderosa para tomada de decisão”, explica Sánchez, que é diretor do Instituto de Dermatologia Integral (IDEI), em Madri.
A prevenção é a melhor estratégia contra a doença, sendo essencial estar atento aos sinais de alerta: “Lesões que não cicatrizam, sangram espontaneamente, ou surgem de forma repentina, especialmente em adultos com histórico pessoal ou familiar de câncer de pele. Pacientes com fototipos muito claros, múltiplas queratoses actínicas (lesões precursoras de câncer de pele causada pela exposição solar), grande número de nevos (aglomerados de melanócitos – células que produzem pigmento) ou que passaram por transplantes devem manter vigilância rigorosa com o dermatologista”, diz Gaston Galimberti.

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