
Belém recebeu, nesta segunda-feira (10), a abertura da 30ª Conferência das Partes (COP30) que debaterá temas como justiça e as mudanças climáticas, transição energética e a preservação da Amazônia até o dia 21 de novembro. Durante o início do evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que a governança global precisa contribuir a favor de uma transição justa para economias de baixo carbono que evite um colapso climático planetário. Segundo ele, uma transição justa precisa contribuir para reduzir as assimetrias entre o Norte e o Sul Global, forjadas “sobre séculos de emissões”.
“A emergência climática é uma crise de desigualdade. Ela expõe e exacerba o que já é inaceitável. Ela aprofunda a lógica perversa que define quem é digno de viver e quem deve morrer. Mudar pela escolha nos dá a chance de um futuro que não é ditado pela tragédia. O desalento não pode extinguir as esperanças da juventude. Devemos a nossos filhos e netos a oportunidade de viver em uma Terra onde seja possível sonhar”, afirmou o presidente.
Em seu discurso, o petista ainda teceu críticas àqueles que negam a ciência e usam a desinformação para contrariar as evidências trágicas das mudanças no clima global. “Na era da desinformação, os obscurantistas rejeitam não só as evidências da ciência, mas também os progressos do multilateralismo. Eles controlam algoritmos, semeiam o ódio e espalham o medo. Atacam as instituições, a ciência e as universidades. É momento de impor uma nova derrota aos negacionistas”, disse.
Lula ainda ressaltou que sem o Acordo de Paris, o mundo estaria fadado a um “aquecimento catastrófico”. O aquecimento global pode gerar fome e pobreza, além de gerar impacto desproporcional sobre mulheres, afrodescendentes, migrantes e grupos vulneráveis. “Estamos andando na direção certa, mas na velocidade errada”, reforçou.
“Avançar requer uma governança global mais robusta, capaz de assegurar que palavras se traduzam em ações. A proposta de criação de um Conselho do Clima, vinculado à Assembleia Geral da ONU, é uma forma de dar a esse desafio a estatura política que ele merece”, expressou o presidente. “A mudança do clima já não é uma ameaça do futuro. É uma tragédia do presente”, acrescentou.

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