Tiago Cunha, CEO da Ace
Tiago Cunha, CEO da Ace. Foto: Divulgação.

Atentos a uma tendência crescente na demanda global por grafite, a companhia South Star Battery Metals quer iniciar ainda este mês suas operações no Brasil, mais precisamente na Bahia, em Santa Cruz Cabrália, no sul do estado. O país conta com uma das maiores reservas do mundo do mineral estratégico, que é usado na indústria e é considerado um elemento chave na fabricação de baterias para carros elétricos. Atualmente a China ocupa o topo do ranking como produtora global de grafite. No entanto, recentemente, Pequim anunciou uma nova política para restringir as exportações do recurso e com isso abriu-se um campo para projetos de grafite em outros lugares do mundo.

A empresa canadense diz ter capacidade operacional para produzir 13 mil toneladas de grafite por ano, mas que a licença atual é para uma produção de 5 mil toneladas. A ideia então é que o concentrado de grafite que sairá da Bahia seja processado nos EUA. A empresa diz que o tamanho de suas reservas no Brasil não foi ainda publicado oficialmente. Mas Richard Pearce, presidente da companhia, em entrevista ao Valor Econômico, deu uma dimensão: “Temos 30 ou 40 anos de reserva. Para dar um contexto: a gente está com 19.000 hectares de área. E estamos trabalhando somente em 3% por quanto”.

Pearce também comentou que abriu diálogo com a chinesa BYD, que irá fabricar carros em Camaçari, cidade próxima a Salvador, e disse que o investimento feito até agora na Bahia foi de cerca de R$ 75 milhões – recursos levantados no mercado de capitais. A segunda fase demandará R$ 180 milhões, sendo que R$ 90 milhões já foram obtidos junto ao fundo americano Sprott. O projeto no estado é apresentado pela South Star como o primeiro empreendimento de grafite das Américas desde 1996.

Em conversa com o Valor, Tiago Cunha, gestor de renda variável da gestora de fundos de investimentos Ace Capital, mostra otimismo. A Ace entrou no ano passado da South Star e detém uma fatia de 15% da companhia. “Tem uma demanda para uso industrial e tem uma questão geopolítica, com um quadro de potencial de redução da produção chinesa. Então são duas vertentes que vão contribuir para maior demanda de grafite. Fora isso tem uma questão geológica, porque não há tanta ocorrência de grafite no mundo com potencial de exploração”, disse.

Receba também as atualizações do Anota Bahia no: ThreadsGoogle Notícias,  Twitter,  Facebook, InstagramLinkedIn e Spotify.