Para finalizar essa série especial de entrevistas com artistas que fazem acontecer e cintilar o Carnaval de Salvador, neste ano tão atípico, fomos atrás de Bell Marques, o rei da folia, que há mais de 40 anos, de cima do trio elétrico entoa sucessos que agitam o público nos circuitos de forma incansável. Fomos saber o que pensa o artista, que tem um fôlego invejável, sobre a ausência da festa, e claro, suas esperanças sobre o retorno aos palcos, como se deu a pandemia em seu convívio com os filhos Rafa e Pipo, o que sentiu ao ser diagnosticado com a Covid-19, seus 40 anos de casado com Aninha Marques, e claro, os detalhes da sua grande Live de Carnaval, que vai acontecer hoje (14), a partir das 16h, transmitida diretamente do Forte São Marcelo, um dos cartões postais mais lindos e especiais de Salvador. 

O ano do artista

Em 2020 Bell Marques foi a figura mais onipresente do Carnaval brasileiro. Em Salvador, nos seis dias de folia ele conseguiu liderar seus blocos – todos os dias – e ainda assim, ser a principal atração de diversos camarotes, assim que descia do trio elétrico. Sem falar nas apresentações em outras cidades, que emendou assim que a folia acabou. Com a pausa forçada, o artista estrelou lives icônicas e marcantes, em cenários sempre especiais, fazendo com que seu folião, sempre tão fiel, matasse a saudade dos momentos de alegria, levando leveza em dias que foram tão complicados.

 

CARNAVAL SEM CARNAVAL

“É muito difícil descrever, ainda mais depois de tantos anos, mais de 40, né? É uma rotina, uma adrenalina que a gente ama aqui em casa, é mais do que tradição, é nossa vida. Sem dúvida, estamos muito tristes com a realidade atual, mas entendemos a importância de nos preservar nesse momento, ainda de pandemia”.

 

VOLTA AO TRIO

“É tudo muito incerto, então, prefiro não falar sobre tempo de voltar ao trio elétrico. O Carnaval é uma festa, que mesmo num formato menor, precisa de tempo pra ganhar forma. Ela não se organiza do dia pra noite, demanda uma grande estrutura”.

 

REFLEXÃO

“Acho que a pandemia trouxe esses momentos de reflexão pra todo mundo. Percebemos que não estamos 100% no controle e o que temos de mais valioso são as pessoas que amamos. Estar mais conectado ainda com Rafa e Pipo e com Aninha foi muito importante”.

“Percebemos que não estamos 100% no controle e o que temos de mais valioso são as pessoas que amamos”

 

LIVE DE CARNAVAL

“Será um grande Carnaval em casa, com um repertório de clássicos que os fãs estão acostumados a ouvir no Camaleão. Serão 6h de muita música e lembranças. Vai ser emocionante! Vou apresentar também uma canção nova, chamada “Brilhaê, Camaleão”, uma homenagem ao bloco, do qual tenho orgulho de fazer parte e comandar há tantos anos”.

MEDO DA COVID-19

“A gente fica tenso, sem saber como nosso corpo se comportará, porque não existe um padrão, pelo que temos visto. Mas, assim que desconfiei, fui logo ao médico e comecei imediatamente o tratamento, com segurança e respeitando os sinais do meu corpo, que precisou descansar. Por sorte, tive um bom médico me acompanhando e os sintomas foram leves”.

“Serão 6h de muita música e lembranças. Vai ser emocionante nossa Live!” 

FUTURO

“Esse ano ainda será de muita adaptação e de uma realidade longe do que achamos normal. Então, estou com alguns projetos na manga sendo amadurecidos. Meu foco no segundo semestre será também o Vumbora Pro Mar, o cruzeiro que a gente faria agora em março e precisamos adiar para o período de 5 a 8 de novembro”.

 

“Eu não seria metade do que sou sem ela. Sou muito feliz por tê-la em minha vida”.

 

40 ANOS DE CASAMENTO

“O que declaro diariamente para Aninha é que ela é tudo na minha vida, uma grande base nos momentos difíceis e nos melhores, uma mulher muito especial, que sabe guiar e apoiar. Eu não seria metade do que sou sem ela. Sou muito feliz por tê-la em minha vida”.

 

TOPO DA PIRÂMIDE

“Eu acho que vai da base familiar, que sempre me manteve no caminho, atento, sem distrações, entendendo meu trabalho da forma mais profissional possível, ao fato de eu, realmente, amar o que faço e querer continuar, mesmo numa profissão com tantas renúncias. Não consigo me enxergar fazendo outra coisa na vida que não cantar. É uma troca de energia indescritível com o público. Sou muito grato mesmo!”.

 

“Esse ano ainda será de muita adaptação e de uma realidade longe do que achamos normal”.