
Já faz mais de uma década que Bruno Alcantara, PitCrew do RuPaul’s Drag Race, mora fora do Brasil. Nascido em Ilhéus, no sul da Bahia, o modelo já passou por diversos setores do mercado artístico antes de integrar o reality. Ainda em solo baiano, se formou como massoterapeuta e, na sequência, ingressou no curso de publicidade. Em sua trajetória, Bruno acumula passagens pelo SPFW, na produção de videoclipe do Elton John e na produção de turnê uma internacional da Madonna.
No ano passado, ele deu mais um passo na carreira e ganhou seu próprio programa, o ‘In Bed With Bruno’, e agora se prepara para estrear seu mais novo projeto ‘Happy Endings with Bruno’, na WOW Presents Plus. Em entrevista exclusiva com o Anota Bahia, Bruno falou sobre sua experiência dentro do Drag Race, novos projetos, a vida em Los Angeles e suas experiências profissionais.
O programa de RuPaul é um sucesso de público e você faz parte desse processo constante. Como foi o primeiro contato para participar do reality e como foi seu primeiro encontro com RuPaul?
Já fazem sete anos mais ou menos. Eu comecei na Drag Race na All Stars 4 e na temporada regular 11. Eu fui conectado pela produção do show através de um amigo que conhecia a Michelle Visage, que é jurada do show, e aí me conectou com a produção. A primeira vez que eu trabalhei com eles, com parte da equipe, foi para um videoclipe do Elton John para a música ‘The Bitch is Back’, da última turnê que ele fez. E envolvia drag queens. Naquele trabalho, eu comecei a tirar fotos com os meninos que trabalhavam para o show. Eles estavam me observando, olhando, e aí eu percebi que ali realmente era o teste, né? Eu não tinha feito teste antes, mas eles me convidaram para fazer esse trabalho inicial e, de repente, poder me utilizar no show. A conversa foi que eu faria um ou dois episódios primeiro, e a gente acabou desenvolvendo esse relacionamento ótimo.
Eu sou muito grato pela minha relação com o show, com os produtores, com o público também. É um show de importância extrema. É um show que educa a sociedade. É um show que fala de diversidade, de amor próprio, fala de aceitação, que são coisas importantíssimas. Eu tenho muito orgulho de fazer parte e de ser um pedacinho disso tudo. Eu amo a mensagem que o show traz para nossa comunidade. É um show que tem feito muito sucesso não só no mundo gay, mas em todas as comunidades, no geral. É divertido, educa, então é importantíssimo. Além disso tudo, é muito premiado, são vários Emmy’s. Eu realmente me sinto muito orgulhoso de fazer parte dessa equipe. Recebo muitas mensagens de brasileiros, de baianos, inclusive, dizendo que se sentem orgulhosos de me ver lá. Então, além disso tudo, desse orgulho do estar no show, também existe esse orgulho de poder representar o meu país e o meu estado.
Você é um representante Brasileiro, Baiano, que participa de um programa norte-americano. Como é estar nessa posição?
Eu tenho muito mesmo orgulho de ser baiano e brasileiro. Nascido no dendê e no axé, eu vou levar comigo aonde eu for. Então eu tenho um pouco dessa energia, né? Ou muito dessa energia baiana, que eu carrego e eu acho que as pessoas gostam muito disso também. Eu levar a minha vida com leveza, que eu acho que é uma lição que eu tiro do Brasil e da Bahia. Eu sou uma pessoa de muita fé também, de pensamentos positivos, de tentar fazer o melhor possível com tudo que esteja acontecendo. É gratificante você fazer uma coisa e ser reconhecida. Gratificante que as pessoas se sintam orgulhosas de você. Eu me sinto grato por isso tudo. E eu não esperava que isso tudo iria acontecer. Eu não esperava quanto tempo eu ficaria no show, como que isso iria. Até porque, quando eu comecei, eu questionei muito se eu queria estar na televisão de sunga. ‘Nossa, será que eu quero fazer isso e tudo mais?’ Mas ainda bem que eu comecei a fazer. Tem sido uma trajetória enorme, tem sido gratificante. Por causa do show, tenho tido oportunidades novas de trabalho. Então tem sido uma jornada maravilhosa, eu sou grato de estar no show e tem mais coisas vindo.
Eu nasci nas praias lá em Ilhéus, então não tinha trabalho melhor do que você ir para o estúdio tirar a roupa, botar uma sunga, e sorrir. Então assim, é o trabalho certo para mim. Às vezes, quando chega no camarim tem lá duas sungas penduradas, aí falo: ‘gente, olha lá as roupas disponíveis. É uma sandália, um roupão, duas sungas’. Mas, no fim das contas, acho que é um trabalho certo para mim. Você sai da Bahia, é um calor. Vamos botar sunga, vamos sorrir. A diferença é que tem uma condicionado forte, né?
Há mais de 10 anos morando fora do Brasil, quais são as principais diferenças, principalmente no meio artístico, em morar em Los Angeles?
Eu adoro cidade grande, na verdade, né? Como eu sou de uma cidade pequena, em Ilhéus, aí na Bahia, eu adoro essa sensação de você ser pequeno e ter tanta coisa acontecendo. Eu adoro ter essas opções de lugar pra ir, de coisas pra ver, de pessoas indo e vindo. Eu adoro que Los Angeles é muito diverso, então você tem pessoas de todo lugar do mundo. Eu amo isso. E eu morei em São Paulo antes de mudar pra cá, né? E eu também adorava isso em São Paulo. Como você consegue encontrar pessoas de todo lugar. Mas assim, eu acho que a maior diferença é a cultura. A cultura americana e a cultura brasileira são bem diferentes. Principalmente sendo baiano, a gente é tão caloroso, acolhedor, feliz e tudo mais. E eu acho que o Estados Unidos é um pouco mais frio, as pessoas talvez não são tão expressivas, não é tão fácil fazer amigos aqui. Então, não falando da língua, né? Quando eu vim embora pra cá, eu tava vindo pra aprender inglês, eu pensei que eu ia ficar por três meses e ir embora.
Quais são as principais vantagens de cada lugar?
Então, eu gosto de dizer que eu estou vivendo um sonho, que o Estados Unidos me recebeu de braços abertos. Eu acho que existe sim aqui essa ideia, essa mentalidade de que tudo é possível, de que você pode fazer acontecer. Especialmente com imigrantes, pessoas que vêm pra cá, porque acreditam que podem realizar sonhos aqui. Então, eu acho que isso é forte, isso me motiva, me incentiva, me faz querer mais. As oportunidades que eu tive aqui provavelmente eu não teria tido se eu estivesse ainda no Brasil. Agora, eu amo a leveza que a gente tem na Bahia, a leveza do brasileiro, a energia. Saber se divertir, mesmo não tendo muito às vezes. E eu acho que isso é uma coisa que eu sempre trago para a minha vida. Sempre me lembro de onde eu saí, porque eu acho que, por mais que é saudável você sonhar e querer mais, é muito importante também você fazer o melhor de cada situação na sua frente. Vai ter sempre mais para ser alcançado, mas você tem que aprender a ser feliz onde você está. Você tem que aprender a fazer o melhor com o que você tem hoje e agora. E eu acho que isso eu trago muito mais do Brasil. Essa alegria de viver, essa energia que, independentemente do que esteja acontecendo, você vai estar sempre se divertindo no Brasil. As pessoas poderem não ter muito dinheiro, porque assim, todo lugar é capitalista, mas o Estados Unidos é muito capitalista. E aí, às vezes, a gente pode ficar tão centrado em dinheiro, ou no que você precisa alcançar, no que tá faltando, que às vezes você esquece de celebrar o que tá acontecendo e levar a vida numa boa. Eu acho que a gente vê isso muito aí, sabe? E é inspirador.
Eu tenho muito orgulho de ser brasileiro, eu sou apaixonado pela Bahia. Feliz da vida de ter nascido aí. A Bahia é muito especial, é uma energia. Tanto é que eu estou sempre aí, uma, duas vezes por ano, pra minha dose de axé, meu banho de praia, pra correr atrás do trio. Eu não perco um [Carnaval]. Eu sou apaixonado, né? Onde Ivete Sangalo estiver, eu sigo. Eu amo carnaval, eu amo axé, a música. Nossa, acho que não tem nada melhor do que você estar na beira da praia, correndo atrás de um trio. Eu acho que é um dos momentos mais felizes que eu tenho na vida, naquele momento de carnaval. Me faz feliz.
Além de ser Pit Crew no reality, você é apresentador do programa “In Bed With Bruno” desde o ano passado. Como foi assumir esse novo desafio e como você enxerga o programa, no papel de apresentar histórias e inspirar a comunidade LGBTQIAPN+?
Foi maravilhoso fazer ‘In Bed With Bruno’, que está no meu canal no YouTube. Aquilo surgiu do meu desejo de explorar coisas novas, de fazer coisas diferentes. Obviamente, o meu trabalho no show se resume muito a minha aparência, eu não falo tanto assim no show. Então eu acho que é importante eu poder criar projetos novos e coisas para poder explorar coisas diferentes. Aí com o patrocínio da Trojan, uma marca de camisinhas, a gente fez o show com 6 episódios. Eu estava super nervoso porque eu estava fazendo uma coisa nova, e era primeira vez que eu fazia um show também em inglês. E aí você está interagindo com os convidados, né? Tem que estar presente, você tem que estar natural nas câmeras e tudo mais, então eu estava super nervoso, mas feliz da vida com o resultado. O resultado foi tão bom que depois disso, a World of Wonder. Que é a produtora da Drag Race, me convidou para fazer o meu novo show, que vai estrear agora em julho, chamdo ‘Happy Endings with Bruno’. Eu estou muito animado com todo mundo ver. Vai ser meu primeiro show próprio no streaming, WOW Presents Plus.
O seu novo programa, “Happy Endings with Bruno” será em um formato diferente do seu projeto anterior?
O formato é parecido. A diferença é que no ‘Happy Endings’ eu estou dando massagem. Muita gente não sabe, mas eu sou massoterapeuta e inclusive eu me formei aí na Bahia. Quando eu fiz escola de massagem, era só um hobby, eu nunca pensei que eu ia trabalhar com massagem. Né? Depois fiz publicidade em Salvador e me mudei para São Paulo para trabalhar com São Paulo Fashion Week e o Fashion Rio. Nunca imaginei que isso de massagem, seria uma coisa que eu trabalharia. Mas quando eu cheguei aqui, eu não falava tanto inglês e pensei que massagem podia ser uma coisa ótima, porque eu não precisaria falar muito. Apesar de eu achar que não precisava falar muito, as minhas sessões acabaram se tornando uma terapia, já que as pessoas vão se sentindo confortáveis com você e vão falando da vida e tudo mais. Então nesse show, eu tenho essa oportunidade de dividir o amor que eu tenho por massagem.
É através de uma sessão que a gente começa a falar com os convidados, falando das tensões do dia a dia, da vida, como faz para encontrar equilíbrio diante dos desafios da vida, no geral. O que eu estou mais feliz é o quão aberto eles conseguiram ser durante o show e as conversas profundas que a gente teve, que inspiram, que educam. Eu acho que dá para todo mundo conseguir aprender alguma coisa com a história do outro.
Como é agora estar explorando de vez o seu lado comunicador, sendo um porta-voz e conectando histórias?
Eu acho que quando a gente percebe que a vida não é só sobre a gente, que a gente não faz nada sozinho, que a gente precisa do outro e o quanto a vida pode ser complicada para cada um, a gente está realmente percebendo o que a vida é sobre. Eu acho que o propósito é sobre ‘como que eu estou afetando o outro’, né? E eu acho que à medida que a gente vai recebendo mais atenção, me fez refletir. As pessoas podem vir para você pela sua aparência, mas elas vão ficar só se você tiver alguma coisa a mais para deixar. Eu acho que apresentar um show com mensagens importantes como essa, me faz me sentir até mais importante. Eu não me acho melhor do que ninguém. Eu me acho muito esforçado, muito batalhador. Eu tenho muita fé e eu vou atrás das coisas que eu quero. E eu acho que isso está disponível para qualquer pessoa. Muita gente não está disposta a fazer o que precisa ser feito, porque não é tão fácil assim como parece, não é? Mas eu fico feliz de poder fazer parte de projetos que vão poder adicionar e proporcionar que pessoas possam aprender alguma coisa e não se sentirem sozinhas. Várias daquelas histórias que estão lá no show você consegue ver: ‘Nossa, nunca imaginei escutar isso dessa pessoa’. A gente está nisso aqui todos juntos. Eu me sinto especial, feliz, e importante em poder apresentar um show com uma mensagem. Então é uma massagem com uma mensagem.
Já começamos parte disso no ‘In Bed with Bruno’. Era um programa de entrevistas, e agora de novo a explorando isso. Então assim, eu acho que a sensualidade sempre vai ser parte da minha marca, né? Mas eu vou querer sempre também explorar um pouco mais do que isso e ter um pouco mais de profundidade. Isso é parte da minha personalidade, eu adoro conversas profundas, adoro conectar com pessoas, escutar as pessoas, entender a cabeça delas. Eu quero muito fazer mais televisão. Eu já fiz comunicação. Comunicação é a minha história e eu acho que é o que eu nasci para fazer. E eu quero fazer mais e mais, inclusive no Brasil.
Como foi participar de um projeto com a Madonna?
Eu fiz uma turnê Internacional em que eu fazia um trabalho de produção, eu era coordenador de camarim. Foi uma experiência incrível, estar tão próximo de um ícone. Eu gosto de dizer que a Madonna me fez homem de verdade, porque eu fiz coisas que eu nunca tinha feito antes e tive que aprender a fazer coisas. Não existe não para Madonna, então você vai ter que arranjar uma maneira de fazer. Foi minha primeira turnê, então assim, era muito desafiador, tinha o desafio da língua também e eu era o único brasileiro. Foi maravilhoso, foi intenso, foi bastante trabalho, mas eu viajei e fui para cidades que eu nunca imaginei. No fim das contas, ainda fui parar no palco dançando. Foi aí que criou essa ideia de que eu sou o ‘dançarino da Madonna’. Eu fui aí pra Bahia várias vezes e eu via gente falando lá: ‘olha o dançarino da Madonna’.
Nunca fui dançarino da Madonna, eu trabalhava com produção naquela turnê, mas acabei parando no palco para dançar em um show. Foi inesquecível. Primeiro, não é todo dia que você vai para a turnê com a Madonna fazendo camarim, então assim, eu tinha contato com ela. Depois disso, você vai parar no palco dançando. No outro dia você acorda, tem uma foto sua no Instagram dela. Obviamente, naquele momento, muita gente passou a me descobrir e comecei receber um pouco de atenção de pessoas: ‘Quem é essa pessoa, quem é esse brasileiro e tudo mais’. E aí, isso é parte da trajetória, né?
Considerado um sex symbol pelo grande público, como você encara os padrões e pressões de estética e como é sua rotina para manter o físico?
Eu fico me achando [risos]. Não, olha, vou falar a verdade. Uma vez ou outra eu me pergunto: ‘gente como fui parar aqui?’. Porque eu não me sentia atraente crescendo, de verdade. Quando eu estava crescendo, adolescente e tudo mais, eu acho que o modelo de beleza considerada mais atraente, pelo menos aí, era de pessoas brancas e olho azul, que não tinha nada a ver comigo. Por algum motivo, eu não me sentia atraente, e agora eu estou aqui nesse show. Eu sou grato pelo carinho que eu recebo. Eu acho que é importante realmente encontrar equilíbrio mental, para você não ficar deslumbrado. Acho que tudo é passageiro. Eu acho que a gente tem que aprender a celebrar. Eu não me acho melhor que ninguém realmente, mas eu fico feliz, grato, de que algumas pessoas acham que eu sou atraente e que receber esse amor, no fim das contas, eu adoro. Adoro toda atenção que eu recebo.
Eu acho que naturalmente existe uma pressão, até minha comigo mesmo, né? No fim das contas, existe essa expectativa de: ‘é assim que as pessoas me veem, ou, eu represento isso nesse momento’. Mas até quando? Não sei. Então, eu [busco] meditação, academia, terapia, tudo o que esteja disponível. Até porque eu sei que eu sou muito mais do que o corpo. Sabe? E aí você pode levar para os dois lados, seja espiritual, que a gente é mais que o corpo. Mas também tem muito mais Bruno do que as pessoas conseguem ver, de sunga. Então por eu saber disso, eu tento explorar outras coisas também, fazer outras coisas. Mas é importante a gente explorar todos os aspectos nossos disponíveis e, se é para ser o gostosão de sunga, vamos ser por um tempo.
Você já está a mais de uma década morando nos Estados Unidos. Em meio a dificuldades e conquistas, como você avalia sua trajetória até aqui e quais são os maiores desafios?
Impressionante! Eu me lembro até hoje, ainda em Ilhéus, sonhando com coisas que eram tão distantes da minha realidade. Só de mudar para São Paulo e trabalhar com São Paulo Fashion Week, para mim já foi uma realização gigantesca, saindo da Bahia. Quando eu mudei para Los Angeles para aprender inglês, foi outra realização enorme. Chegando aqui, em 1 ano e meio depois, estava indo na turnê Internacional com a Madonna, nossa. Como é que explica aquilo? Depois eu trabalhei com produção, com Emmy’s, com Oscars. E eu estou falando aqui de trabalho né, obviamente. Só depois que eu comecei a fazer Drag Race. Então assim, eu olho para trás e falo: ‘nossa, que maravilha que eu consegui fazer parte de projetos tão incríveis’. É claro que nessa jornada as coisas vão muito além do trabalho, né? Tem todo aprendizado, os desafios, os medos, a resiliência necessária para você conseguir fazer tudo e manter uma mente equilibrada. Não se perder e trazer a melhor energia possível, que é uma coisa que eu sempre falo que é importante para mim. Onde eu for, eu quero levar a melhor energia possível para mim, para quem tiver em volta.
Uma vez eu tava falando dessa mentalidade americana de sempre puxar para mais, para mais, para mais. Você acaba conhecendo muita gente que tem tanto, mas que é muito infeliz. E aí eu faço esse balanço com o Brasil, que às vezes tem gente que não tem tanto, mas eles estão contentes, ou satisfeitos, ou fazendo o melhor com o que tem. Uma vez eu liguei para minha mãe e falei: ‘eu quero muito ser bem sucedido. Quero muito ser bem sucedido’. E aí ela falou para mim: ‘você já é’. Eu falei que não. Depois daquela ligação eu parei para pensar no que é o sucesso no fim das contas. Então eu, eu sinto orgulho da minha trajetória. Tem muito mais que eu ainda quero alcançar. Tem muito mais que eu quero ter de experiências na minha vida. Mas eu sinto orgulho das coisas que eu já vivi, das escolhas que eu fiz, para onde me levaram, avida que eu tenho. Mais que tudo, tenho orgulho da minha resiliência e leveza. Porque a vida não é sempre fácil e eu me sinto muito orgulhoso, me sinto pronto para o que está vindo.
