O ano de 2023 marcou uma virada de página na vida de Bruno Fagundes. No início do ano, ele ganhou destaque nas redes sociais ao se declarar abertamente gay, um ato que foi amplamente discutido pela mídia, incluindo depoimentos de seu pai, Antônio Fagundes. Após esse momento de exposição, Bruno mergulhou de cabeça nos ensaios e na estreia de “A Herança”, uma peça LGBTQIA+ na qual contracena com Reynaldo Gianecchini. Lançada em março, a peça fez sucesso em São Paulo, com sessões esgotadas e uma grande repercussão. Em conversa com o GAY BLOG BR, Bruno compartilhou seus pensamentos. “Eu e Reynaldo nos aproximamos como qualquer outra pessoa do elenco, é uma relação que profissionalmente é muito tranquila, muito estável, muito boa, muito proveitosa. A gente se reúne toda semana com a intenção de fazer o melhor que a gente pode para apresentar a peça da melhor maneira”, comentou. Bruno também discutiu sua recente exposição como homossexual e seu compromisso com a representatividade LGBTQIA+ na arte e na sociedade brasileira. “Eu nunca deixei de me posicionar abertamente e de forma bastante contundente no meu Instagram, não fazia isso de forma diferente como eu faço agora no sentido de que, mesmo sem falar abertamente sobre minha sexualidade, eu advogava a favor da causa LGBTQIA+ e falava o tempo todo, lutava o tempo todo”, explicou. Questionado sobre o Brasil ser um país homofóbico, ele discorreu: “Essa pergunta é absurda de responder, porque o Brasil ainda é o país que mais mata travestis e pessoas LGBTQIA+ no mundo, então essa pergunta não tem nenhum sentido. Óbvio, o Brasil é um país extremamente homofóbico, machista e estruturado dessa forma. Eu não sou cientista político, eu não consigo dizer quais são os passos que tem que ser dados para diminuir a homofobia, mas eu acho que eu posso falar por mim mesmo e posso entender a minha função social do meu trabalho e o que eu acredito para mim como artista, eu acredito para mim, como sendo um artista, é: reflexão, educação e troca, conversa. E é exatamente isso que eu tô fazendo com a minha peça, eu decidi produzir essa peça também por isso, porque ela tem um potencial de comunicação muito grande e ela pode sim tocar em assuntos que talvez de outra forma, a gente não conseguiria fazer”, finalizou.