Consuelo Blocker
Consuelo Blocker. Foto: Reprodução. 

Consuelo Blocker mora na Itália mas permeia seus passos pelo mundo inteiro. Turquia, Belo Horizonte, Londres, São Paulo, são alguns dos lugares para onde ela costuma viajar – e também ser acompanhada por 270 mil pessoas, através do Instagram. Salvador já foi seu destino várias vezes, mas faz alguns anos que ela não vem a cidade.

Veio agora, para lançar o livro “O Fio da Trama”, escrito em parceria com sua irmã Alessandra Blocker, que retrata a história das mulheres da família Pascolato – sim, ela é filha de Costanza Pascolato. O lançamento será na próxima quinta-feira (28), na CasaCor Bahia. Em um bate papo exclusivo com o Anota Bahia, ela contou que veio para o país especialmente para o lançamento da publicação e a capital baiana entrou na rota.

Você conhece  Salvador? Tem amigos aqui? 

Já fui a Salvador várias vezes, mas faz muitos anos que não vou. Nessa viagem do digital também conheci pessoas novas de Salvador que vou ver desta vez e estou louca para conhecer os novos seguidores que ainda não conheço.

Porque a cidade entrou no roteiro do lançamento do seu livro e quais programas pretende fazer em sua estadia por aqui?

Eu vim para o Brasil agora para lançar o livro e estou indo em várias capitais. Como meu ‘namorido’ Roberto Leone tinha combinado uma viagem para Trancoso junto com outros 20 amigos italianos, eu pensei: por quê não fazer algo em Salvador? A promoter Licia Fabio se propôs a ajudar, coincidiu com o acontecimento da CasaCor Bahia, então vamos lançar o livro depois seguiremos para a Praia do Espelho.

Como se deu a ideia de escrever o “Fio da Trama” e como foi o envolvimento da sua família com o livro?

Na verdade o livro foi comissionado por uma editora, envolveu eu e minha irmã. Minha irmã partiu dos diários da minha avó. São 25 anos de diário, ela aumentou, traduziu e leu todos estes livros e romanceou num belíssimo livro. A parte do diário da minha avó é a primeira metade, daí entram histórias da minha mãe (Costanza Pascolato) e minhas e da Alessandra Blocker (irmã), que foi a co-autora desse livro. O fio condutor desta história inicialmente é a moda, já que minha avó (Gabriella Pascolato) foi uma das pioneiras da indústria, minha mãe na editoria e eu, de certa forma, no digital. Mas, como acontece na escrita, o livro tomou uma vida própria, e nesse processo orgânico, acabou se tornando um livro sobre superação feminina. Quero que ele ajude muitas pessoas, sem tirar nenhum mérito dos homens das nossas vidas, mas o fio condutor foi a trajetória feminina, em três gerações, quatro mulheres, 100 anos, passando por guerra, divórcio, desemprego e maternidade.

Como é sua vida e seu dia a dia na Itália?

Meu dia a dia na Itália é um pouco bizarro. Eu tenho um problema que eu trabalho melhor a noite, então eu acabo indo dormir tarde e acordo tarde. Daí eu inicio meu dia pela tarde. Me coloco na frente do computador, respondo emails, passo 4 a 5 horas respondendo directs e mensagens dos leitores. Gosto também de fazer caminhadas na Campagna in Toscana todos os dias, cinco vezes por semana. De resto é uma vida normal, com o namorido. Meus filhos já estão fora de casa, e algumas atividades sociais. Mas é bem mais tranquilo do que quando venho pro Brasil, que é muito ‘pauleira’.

Qual sua grande intenção ao expor tantas ideias de comportamento no seu blog e nas suas redes sociais?

Todas as minhas mídias sociais se desenvolveram organicamente. Eu comecei há nove anos atrás, com um blog, e daí apareceu o Instagram, o Snapchat, que depois cedeu espaço ao Stories, mas, a gente tem uma figura imaginária atrás da telinha, que é a leitora, e que quando eu venho ao Brasil eu acabo as conhecendo, especialmente agora nesta tour do livro, abraçando várias leitoras que me dão tanto carinho que eu não sei nem como agradecer. Mas eu não tenho uma intenção específica do que eu queria, pois as coisas acabam acontecendo. Mas digamos que as bandeiras do momento são buscar dar às mulheres brasileiras de qualquer idade, talvez mais àquelas de idade mais avançada como a minha, a liberdade de ser quem são, de não ter que se prender a nenhum rótulo e serem felizes, pois o que eu digo, no Brasil não é ruim, envelhecer não é errado, e agora graças a vários fatores este é o momento de poder se liberar de todos esses rótulos e dizer que somos felizes, e ver a vantagem de envelhecer, pois cada fase da vida tem aspectos maravilhosos.