Com a ideia de manter o otimismo nesse período de pandemia mundial, nossa entrevista de hoje traz a arquiteta baiana Cristina Calumby, que nos recebeu em sua casa, em Salvador, no início de março, quando o isolamento social ainda não estava estabelecido no país. Ela é a antítese de qualquer estrela. Mesmo sendo uma das que mais brilham no seu segmento. Já foi eleita a mulher mais elegante da cidade assim como já ganhou incontáveis prêmios. Seu tom de voz nunca muda, sua discrição impacta mais do que qualquer movimento eufórico, seus movimentos são leves e sua serenidade é admirável. Mãe de dois filhos que moram em São Paulo e avó de uma neta bebê que ilustra o plano de fundo do seu celular, ela é oriunda de uma família de médicos – seu avô e pai se dedicaram a medicina, seus irmãos seguiram o mesmo caminho e seu marido também, com administração neste segmento. “Quando fui fazer Arquitetura, nem houve uma grande comemoração na minha família. Eles esperavam que eu também fosse enveredar para o caminho de me tornar médica”, conta, ao se recordar, com bom humor. Mas, por acaso do destino, foram e são muitos os projetos que levam a sua assinatura, na área de saúde, com clínicas e consultórios na Bahia e no Brasil.

Aliás, a ligação da profissional com outras cidades é grande e seus projetos permeiam capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Aracaju. Assim como também atua em cidades do interior baiano, que são grandes polos econômicos, como Feira de Santana, Ilhéus e Vitória da Conquista. Perguntamos sobre sua relação com as redes sociais, e enfática ela diz: “Hoje a rede social consegue ser mais impactante que uma mostra. Porque você exibe sua participação nesses eventos, através dela. Fui relutante, mas hoje compreendo a força do digital e usamos a nosso favor. Mas minha preocupação é grande, porque não faço nenhum tipo de exposição pessoal. A rede social serve ao nosso trabalho”, finaliza. Cristina preza muito pela discrição em sua vida, em seu estilo e em seu lifestyle de forma geral, inclusive opta por não citar nomes de clientes, sejam eles pessoais ou empresariais, prezando pela confiança integral na relação que tem com todos, assim como não gosta de ser o centro das atenções, a ponto de sequer realizar comemorações em seu aniversário, para evitar isso.

A sua vocação para a profissão é tão grande que nem arriscaríamos pensar que ela pudesse ser outra coisa, mas perguntamos isso a ela, que sem pestanejar, nos disse: “Poderia ser socióloga. Eu gosto de ouvir as pessoas, de analisar seus comportamentos e me colocar no lugar delas. E na verdade, como arquiteta, acabo nutrindo isso, afinal, entramos na vida das pessoas e isso precisa ser saudável e amável”. Nunca a avistamos por aí com alguma roupa extravagante, repleta de estampas, ou arrojada. Ela é clássica e elegante, mas é fã confessa do universo fashion: “Comigo a moda é democrática. Uso diversas marcas, admiro algumas em especial, como Fendi e Carolina Herrera, mas sou fiel ao meu estilo, que não muda”. Por fim, falamos de viagens marcantes, ela citou que Berlim, Nova York, Marrocos, Londres e Lisboa, lhe inspiram com suas histórias, evoluções e traços arquitetônicos. No entanto, aqui para nós, talvez ela ainda não saiba, mas ela sim é inspiradora.