O Anota Bahia bateu um papo exclusivo com Eduardo Bortolai, designer da Breton, sobre suas novas criações para a coleção “Família, Lar de Breton”, da marca de alta decoração. As peças estarão disponíveis na Breton Salvador – no Caminho das Árvores –, comandada pelos empresários Jô Abreu e Jean Félix, e gerenciada por Márcio Sobral. Confiram:

O que você poderia contar sobre sua nova coleção em parceria com a Breton? 

Para esta coleção da Breton, criei duas linhas com objetivos e inspirações bem diferentes, cadeira e poltrona Lip e o Bar Jazz. O pensamento para as Lips foi de ter produtos versáteis e de fácil composição e ambientação. Os assentos foram feitos com conchas ergonômicas e estofadas para maior conforto e o fato de ser toda revestida, junto aos inúmeros artigos que a Breton oferece, permite mudar e adequar o produto ao estilo de ambiente criado. Ela em couro, por exemplo, pode ser mais clássica e elegante. Em cores pasteis ou terrosas, combina com decorações e tendências atuais. As formas arredondadas das conchas trazem uma tranquilidade visual, e um passeio no olhar em contraponto à base angulosa e mais dura. Para harmonização e leveza, separamos as partes, deixando o assento “flutuando” sobre a madeira. Esses pés de madeira também apresentam várias possibilidades de cores e tingimento. A importância de usar madeira nos pés é o fato de que ela equaliza a composição e, assim, mesmo com cores ou até estampas, o produto vai ficar elegante. Esta matéria-prima é super importante no meu trabalho, pois traz calor e garante que mesmo para opções mais ousadas, a cadeira e poltrona ficarão equalizadas. Ela quebra exageros!

Já no interior do bar, você pode escolher uma cor diferente. Tem uma prateleira com altura para taças, garrafas, e uma gaveta para colocar saca-rolhas, abridores, toalhas, com fecho para amortecimento. Até o fechamento dela é elegante, “meio jazz”. Em cima, você tem um disco de vidro um pouco sobressaltado ao tampo. O vidro pode ser, inclusive, pintado. Esse espaço foi pensado para colocar balde de gelo, para que não tenha contato com a lâmina de madeira, mas também recomendo o uso de uma toalha. A porta não tem puxadores, e quando você fecha, na borda da porta tem duas chapas de metal. O efeito que fica é de um filete dourado ou de qualquer cor que você queira escolher, pois a Breton dá essa opção. No detalhe que está o carinho, no detalhe que está o cuidado. Se dá importância pro detalhe, dá importância pra qualidade.

Quais foram suas referências?

O bar Jazz é uma ode ao estilo musical e ao imaginário que esta música nos traz, classuda e pesada. A inspiração foi na estética e estilo musical dos anos 1950, em bares com meia luz, um copo de whisky, um grupo bem vestido tocando no palco, sem eliminar a transgressão que esta música traz até hoje. Também na criação do cool, do descolado que a felicidade e tranquilidade do pós-guerra trouxeram. Junto com esses sentimentos, as formas arredondadas dão um toque de retrofuturismo utópico falando que tudo vai ficar bem. A base, quase que literal, são trompetes, vindos com incessantes seções de Chet Baker que ouvia na minha playlist enquanto criava. Uma referência fortíssima também é a marchetaria da porta. Deixamos as duas lâminas da porta formando uma escama de peixe, enviesadas em 45 graus. É uma mega referência dessa época.