Em entrevista ao Jornal A Tarde, veiculada nesta segunda-feira (31), realizada por Osvaldo Lyra, o publicitário Fernando Barros se mostra otimista sobre o processo de retomada da economia no pós-pandemia. Ele, que comanda a agência Propeg, também discorre sobre as eleições desse ano, hábitos de consumo, fake news e jornalismo. Para começar, ele avalia essa fase de saída da pandemia: “Acho que está todo mundo reaprendendo a viver. Mas do ponto de vista da socialidade, porque o homem é um animal social. E a principal impositura do coronavírus é: você não pode conviver socialmente. Então isso tem um significado muito severo para as pessoas. Ficar isolado é uma prova de fogo para o ser humano que, desde quando saiu das cavernas, nunca ficou isolado e tem que ficar agora. Esse é o ponto. Eu acho que as pessoas tiveram que tentar ressignificar como é viver sozinho, como é viver sem poder estar com outras pessoas. Isso até hoje não está bem resolvido”, diz.

Quando o assunto são relações de consumo, ele pontua: “O que aconteceu em relação a mercados de maneira geral foi que as pessoas tiveram realmente que reaprender a consumir e o que consumir. Houve uma baixa de consumo muito grande. Houve uma alta enorme naqueles artigos e naquelas coisas que movimentaram outros segmentos e setores de mercado, como por exemplo os sistemas delivery. Explodiu no mundo. Explodiu no bom sentido. Foram os deliverys que amenizaram essa sofrência toda. Expert em eleições, Barros acredita em um momento normal este ano: “Eu aposto que as eleições esse ano serão o mais próximo do normal possível. Ou seja, as pessoas vão querer votar, vão votar, porque é uma maneira de você reiniciar, como se você fosse um computador, uma coisa dessas, e reiniciasse o aparelho de ressocialização, você participar de um ato cívico. Eu vou votar. Eu não acredito que passe de 30% a abstenção. Eu não estou imaginando que muita coisa vai ser reinventada. O que vai ser reinventado é por conta da legislação que construiu um programa especial para o pós-pandemia. Vai ser tudo muito compactado e a própria exposição dos candidatos na TV vai ser menor. Em compensação, nas redes sociais ela vai estourar”, analisa.

Sua opinião sobre as fake news é de que elas não vão prevalecer por muito tempo: “Vai ter um processo de autocombustão. Porque ela vai se espetacularizar tanto que vai ficar muito claro quando você recebe uma notícia falsa. “Pô, isso é fake news”. As pessoas já estão vendo coisas que percebem o que é verdadeiro e o que é invencionice. Eu não creio que prevaleçam as fake news não”, pontua. Por fim, o publicitário faz uma análise sobre o mercado de comunicação neste momento: “Está começando a caminhar de novo. Os anunciantes, quando descobrem, sentem o cheiro que os mercados existem ainda, eles correm logo para fazer o quê? Para fazer aquilo que assegura a sobrevivência deles e o crescimento, que é se fazer notado, se fazer sentido, se fazer ouvido. Então todo mundo corre para anunciar. Muitos anunciantes desapareceram. Também desapareceram muitas agências e desapareceram muitos produtos”, enfatiza.