O Dia Internacional da Mulher, celebrado amanhã (08), nos faz refletir sobre a conquista da mulher em várias áreas, mas ainda falta muito caminho a percorrer. E, para inspirar outras mulheres, trazemos aqui a história de superação da escritora e jornalista Isa Colli. A origem simples, no interior de Presidente Kennedy, no Espírito Santo, não impediu que ela conquistasse o mundo com a literatura. Sua capacidade de ‘virar o jogo’ e se reinventar sempre que se depara com desafios, tem sido o combustível para transformar os seus sonhos em realidade. Quem vê a trajetória de Isa, que hoje leva a literatura brasileira para diversos países, não imagina o que ela já teve de superar.

A vida da autora nunca foi fácil. Sempre enfrentou e venceu obstáculos, seja em sua terra natal ou na Bélgica, onde vive atualmente. Isa descobriu um câncer, aos 36 anos e, depois de todo sofrimento que essa doença acarreta, foi mais uma vez surpreendida com uma reincidência e uma doença degenerativa. Em 2016, passou por outra cirurgia para retirar um tumor no estômago e, recentemente, sofreu nova intervenção cirúrgica para retirar mais um tumor, desta vez, no rim esquerdo. Novamente, a literatura foi sua aliada, tanto nos momentos de solidão por causa do isolamento, como na recuperação da cirurgia.

‘O Recomeço’, de sua autoria, revela um pouco dos sentimentos de uma pessoa quando recebe um diagnóstico de câncer, esse bicho tão assustador e imprevisível. Ela conta que o primeiro sentimento é de medo, de negação. Mas os personagens do romance infantojuvenil mostram que o câncer, assim como qualquer outra doença, se tratado precocemente, tem cura. “Todas as vezes que enfrentei um câncer não gostava de conversar sobre a doença. Eu só quero falar sobre as coisas que pessoas saudáveis falam. Tanto que depois da remoção do último tumor, no dia 10 de setembro de 2020, eu não publiquei nada nas redes sobre o ocorrido. E oito dias depois, em processo de recuperação, fiz uma live para marcar o lançamento do meu livro ‘Tâmaras e Quibes’”, lembra Isa.

A autora, que carrega o amor pelas letras desde a infância, hoje, aos 52 anos, se sente realizada ao escrever para crianças. Ela confessa que, além da franqueza e de os pequenos serem mais abertos às mudanças, estão mais dispostos a descobrir coisas novas. “Mudar um adulto é difícil, mas as crianças são ávidas por aprender. Elas são as precursoras para que haja mudanças, principalmente nas questões de sustentabilidade, desmatamento, reciclagem e economia de água, assim como de valores como amizade, partilha e solidariedade. E, afinal, as meninas de hoje, serão mulheres fortes do futuro”, diz.