Advogada, empresária do setor imobiliário, coordenadora do Núcleo de Sustentabilidade da Associação Comercial da Bahia e presidente da Fundação Baía Viva, Isabela Suarez se tornou uma das maiores autoridades do país quando o assunto é a Baía de Todos os Santos. Com conhecimento intrínseco, ela, ao participar da 11ª edição do “Fórum de Sustentabilidade ADEMI-BA – Exportando Salvador”, discorreu sobre os impactos positivos do desenvolvimento econômico no turismo na Ilha dos Frades e na Ilha de Bom Jesus dos Passos, situadas na BTS. O norte da sua atuação frente à entidade se dá com o intuito de que o desenvolvimento econômico aplicado a partir de um bom planejamento pode perfeitamente conciliar a ideia de progresso e da preservação.

“Foi com muita indignação e muito espírito público que em 1999 nós nascemos, portanto temos aí 21 anos de existência. Nós somos regidos com o macro objetivo de contribuir com ações concretas e recursos próprios para a revitalização das relações socioambientais de um dos cartões postais mais representativos da Bahia e do Brasil”, explica Isabela sobre a atuação da fundação.  “O cartão de visita do projeto da FBV é a Ilha dos Frades, por uma série de características favoráveis, com destaque para a facilidade de acesso. O nível de preservação do bioma do local é muito bom, por conta da baixa densidade populacional, já que a ilha abriga aproximadamente 1.800 habitantes apenas”, discorre ela.

“Outro ponto é a riqueza do patrimônio histórico com duas igrejas coloniais: a capela de Nossa Senhora de Guadalupe, na praia da Ponta de Nossa Senhora, e a capela de Nossa Senhora do Loreto, na fazenda Loreto”, lembra ela. Ambas foram recuperadas através de ações da Fundação Baía Viva. “O restauro desses equipamentos pode nos colocar diante de uma possibilidade real de competitividade comparado a outros destinos, já que quando se fala de belezas naturais e infraestrutura, o Brasil encontra muita concorrência mundo afora”, defende ela. Já a Ilha de Bom Jesus dos Passos passou por fortalecimento do setor de serviços e reativação de atividades náuticas. “Nós projetamos a revitalização em duas áreas que estavam bastante decadentes, a área Sul e a área Leste da ilha”, explica Isabela Suarez, que pontua sobre três intervenções importantes: a construção de um pequeno estaleiro para recuperação e fabricação de barcos em fibra e madeira, a requalificação do terminal hidroviário e a ativação do Terminal do Brito, que ganhou marina seca, restaurantes e lojas de artesanato.

Por fim, Isabela não deixa de destacar que há um grande potencial de desenvolvimento, para além dessas ilhas, que apesar da ausência de investimentos públicos para a preservação do patrimônio, podem atrair o turismo, como por exemplo: o Convento de Santo Antônio, datado de 1700, em Cachoeira, a fachada da Escola Imperial, primeira escola agrotécnica do Brasil, inaugurada por Dom Pedro II, em São Francisco do Conde e o Engenho Cajaíba, na Ilha de Cajaíba, que foi cenário da novela da Globo, Velho Chico.