Com a chegada da pandemia em todo o mundo, os olhos se voltaram para as instituições de saúde. Na Bahia, a Fundação José Silveira, aos 84 anos de existência, mantém uma obra e ações complementares para a vida saudável que honra a memória do seu fundador, o Professor José Silveira. A dimensão do trabalho da instituição pode ser expresso em números: mais de 1,2 milhão de atendimentos/procedimentos realizados em média por ano, predominantemente pelo SUS e pela filantropia. Tudo começou com o trabalho do pesquisador e especialista dos mais conceituados na Tisiologia em âmbito mundial, idealista que lutou, inicialmente sem apoio e recursos, para o combate ao flagelo da tuberculose. Assim, ele fundou, em 1937, no subsolo do Ambulatório Augusto Viana, da antiga Faculdade de Medicina da Bahia, o núcleo inicial da unidade que viria a se tornar referência internacional no tratamento dos pacientes acometidos pela doença: o Instituto Brasileiro para Investigação da Tuberculose (IBIT). Nessa entrevista com Leila Brito, Gestora do Núcleo de Desenvolvimento Estratégico Assistencial e Inovação, falamos sobre a atuação da entidade neste momento.

“O ano de 2020 foi marcado por um contexto desafiador, que exigiu a rápida tomada de decisões e a concentração de esforços para enfrentamento da pandemia. A cada dia tivemos que criar novas soluções, aprendemos a lidar com a impermanência, focando sempre no nosso propósito, que é cuidar da saúde com excelência em benefício da sociedade”, conta ela. “Adotamos um posicionamento estratégico e antecipamos decisões importantes com a estruturação do Comitê de Atenção à Covid-19, voltado à implantação e ao monitoramento de um conjunto de medidas para prevenção e segurança dos colaboradores e pacientes. Até hoje, o Comitê se reúne frequentemente para discutir, definir e atualizar as medidas protetivas necessárias, que são aplicadas em todas as unidades da instituição. Desde agosto de 2020, implantamos o serviço de atendimento pós Covid-19 para colaboradores e, inicialmente, para os pacientes em tratamento de tuberculose no IBIT”, explica. “Por ser uma instituição de saúde, muitas atividades da assistência não puderam ser online. Adaptamos o trabalho remoto em algumas áreas administrativas e também em atividades ambulatoriais que podiam ser realizadas por meio do teleatendimento, como por exemplo os pacientes assistidos nas unidades de reabilitação”, discorre sobre os desafios.

Perguntamos sobre a importância do Centro de Pesquisa e Inovação da FSJ em meio à pandemia, existente na FJS: “Em um cenário desafiador para a comunidade científica mundial, o Centro de Pesquisa e Inovação da Fundação José Silveira manteve diversas linhas de pesquisa, que reforçam a importância da produção de conhecimento, além de gerar evidências científicas para melhorias nas atividades desenvolvidas nas unidades assistenciais, a exemplo do estudo sobre incidência da Covid-19 em  gestantes e recém-nascidos”, revela. Por fim, falamos do Hopsital Santo Amaro e como a unidade se tornou referência em maternidade: “Em 2020, o hospital, que já era uma unidade de alto padrão de qualidade e excelência, conquistou, em plena pandemia, a manutenção da certificação na metodologia nacional, ONA 3. Em continuidade às ações de qualidade, iniciou o processo Qmentum International Accreditation, padrão diamante, uma das mais conceituadas acreditações em saúde a nível global. Ainda em 2020, o Hospital Santo Amaro foi o primeiro hospital do Norte e Nordeste a alcançar a a certificação máxima em cirurgia bariátrica e metabólica, IQIII, concedida pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Foi um trabalho que contou com dedicação e sinergia entre todas as equipes. Conseguimos superar as dificuldades do ano. Nosso compromisso continua sendo cuidar de quem cuida e garantir o ambiente seguro para o paciente”, concluiu ela.