Presente no evento que marcou a confraternização de final de ano do Anota Bahia, no Hotel Fasano, Luciano Lopes conversou conosco sobre diversos assuntos: desde sua posse como presidente da Associação Brasileira de Indústria de Hotéis da Bahia até a revitalização turística de Salvador. Bacharel em Ciências Contábeis, com MBA em Finanças e Mestrado em Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social, ele ainda acha tempo para atuar como professor de pós-graduação e claro, comandar a direção executiva da Prima Empreendimentos.

Você foi recentemente empossado, mais precisamente no dia 9 de dezembro, e será o gestor da ABIH até 2021. Antes você já ocupava o cargo de diretor de Marketing na associação. Qual seu sentimento sobre essa mudança de patamar e quais são os planos para o futuro da ABIH?

Eu acho que o ano de 2019 foi muito importante para o turismo, principalmente para Salvador. A cidade começou a retomar seu crescimento em 2019. A gente vinha com taxas de ocupação entre 56 e 58%, já neste ano iremos finalizar com cerca de 63 ou 64%, o que mostra o início de uma retomada muito importante. Então, pra gente é muito importante esta consolidação, com novos hotéis como o próprio Fasano, que traz para Salvador uma opção de luxo que estava em falta na cidade. Isso faz com que a cidade seja condicionada, criando uma rota de turismo antes inexistente. Para 2020, a gente vê que a cidade deve crescer mais sobretudo com a vinda do novo Centro de Convenções, que trará para cidade um turismo de negócios muito importante, que desapareceu nos últimos seis ou sete anos. Para nós, que participamos da entidade e do Hotel Fasano, é uma oportunidade ímpar, você ter um hotel que é uma referência na cidade e ser o presidente da associação que representa todo o setor hoteleiro no estado da Bahia. Não é um trabalho fácil, pra conciliar é bastante difícil, porém com o apoio de todas essas pessoas competentes, as coisas ficam bem mais tranquilas, contribuindo para o desenvolvimento do setor na Bahia.

Como você vê a alta temporada do fim de 2019 e o início de 2020? A revitalização de Salvador vem contribuindo de que forma para o setor do turismo e da hotelaria e o que mudou com mais destaque nos últimos anos?

A cidade, como falei, está se consolidando, retomando. Ela está mais organizada, com uma boa infraestrutura, com novas Igrejas, com algumas outras reformadas, com vários locais como o Centro Histórico e o Campo Grande sendo requalificados. Temos agora novos museus, como a Casa do Carnaval, a Casa de Jorge Amado no Rio Vermelho e o Museu do Sorvete na Ribeira. Tudo isso são novidades que fazem com que o turista experimente novas sensações. O turista não quer só um bom hotel, também quer conhecer novas coisas, ter novas experiências, conhecer outras culturas, e Salvador é uma cidade que respira cultura, é a primeira capital do Brasil. Com isso, temos que assumir essa posição de uma cidade turística, e isso fará com que continuemos crescendo e sermos cada vez mais procurados.

Você é um dos gestores do Hotel Fasano, um dos principais da cidade. Como é essa rotina e como você a concilia com a ABIH?

É difícil conciliar o dia a dia, pois ambas funções tem um volume de trabalho muito intenso, mas você vai buscando ter uma equipe qualificada, com outros diretores competentes que possam assumir as funções, como em reuniões e eventos, isso faz com que o tempo fique mais otimizado. Na diretoria de marketing eu já tinha um envolvimento, uma presença com diversos órgãos públicos, municipais, estaduais e federais. Quando você é escolhido pelos associados sem antes ter pretensão nenhuma, de acabar falando em nome do segmento, é sinal de algo que vem naturalmente. Quando o desafio chega, nós devemos aceitar e continuar o projeto, que é de fazer a ABIH cada vez melhor.

O Centro Histórico da cidade é um dos maiores alvos de mudanças positivas nos últimos tempos. Com isso, a concorrência vem aumentando, já há o Fasano, o Fera, e em breve mais um hotel existirá no Palácio Rio Branco. Como você vê isso, tanto sob o olhar de gestor de um dos concorrentes quanto sob o olhar de gestor da Associação?

Para 2020 temos o projeto do Palácio Rio Branco, que vai agregar bastante ao centro de Salvador. Eu acho que o centro vai se tornar uma grande referência de hotelaria de luxo, com referências culturais e históricas, enfim, um destino perfeito para o turismo.

Você é bacharel em Ciências Contábeis, MBA em finanças e mestrado em Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social, além de também ser professor de pós-graduação. Como se deu suas decisões do que fazer e como essa multiplicidade de funções e qualificações ajuda em seu cotidiano?

É fundamental. No início, minha carreira inteira foi na área de finanças e contabilidade, porém não dava apenas para eu entender apenas de números, tinha que entender de gente, então procurei fazer o mestrado em desenvolvimento humano para entender mais as pessoas, sobre ser mais sustentável, e também conseguir repassar este conhecimento. A multidiversidade, a transversalidade, é aquilo que faz você ser uma pessoa melhor, que seja sempre requisitado para dirigir projetos.