Luis Miranda. Foto: Mauricio Nahas.

Direto da sua casa, em Barra do Jacuípe, no litoral norte da Bahia, o ator Luis Miranda foi o convidado da live semanal do Anota Bahia, esta semana, que tem integrado o projeto A Tarde Conecta. No bate-papo, os seguidores ao vivo interagiram e puderam ouvir o ator falando sobre a sua nova rotina durante a pandemia. Luis dispensou seus funcionários e assumiu as funções da casa, acorda por volta das 06h30, limpa a casa e tem cozinhado. Positivo e consciente, ele falou também sobre o que podemos fazer e aprender com toda essa situação, além de discorrer sobre cultura no país e seus novos projetos. “Tenho encarado as coisas de uma maneira muito técnica. Primeiro pela precisão dos depoimentos dos amigos que estão ao redor do mundo, vivendo esse momento há mais tempo. E depois pela crescente ruim dos números que já chegaram ao Brasil. É o momento de pensar no outro e não ter o pudor de ficar em casa. Não podemos tem outro pensamento que não seja do bem coletivo”, nos disse.

Perguntamos sobre as saudades do palco e das câmeras, tendo em vista que o ator estava em cartaz com a peça “O Mistério de Irma Vap”: “Demais! Uma saudade maluca do palco. Interrompemos um momento de sucesso, tinha acabado de ganhar o Prêmio Shell de Teatro, já tinha ganho Prêmio Bibi Ferreira, ano passado também.  Estávamos em um momento vibrante e fervido. Inclusive a despeito do que tem acontecido no país: essa perseguição cultural que tem acontecido com os artistas, principalmente no que diz respeito ao teatro, sem políticas públicas e com incentivo zero”, enfatizou. Ainda sobre o assunto, o ator pontuou sua opinião sobre Regina Duarte, como Secretária de Cultura do Brasil: “É uma secretária de Cultura que desde que assumiu a pasta não disse a que veio. Não temos retorno do que Regina fez”, disse. “A tolerância no país precisa sofrer uma injeção de força grande. Esse momento também veio para abrir nossa mente e coração para entendermos como devemos ser sensíveis ao outro, na empatia e no respeito”, completou ele.

Falamos também sobre a febre das lives na vida dos artistas e Luis disse que isso esse hábito ainda não faz parte da sua rotina: “A live não faz parte do meu dia a dia pelo seguinte: ela precisa ser bem direcionada e bem preparada. Uma entrevista como essa, é tranquila, porque é quase jornalística. Mas precisamos oferecer lives artísticas para as pessoas. A música já faz. Temos que descobrir como a poesia e o teatro podem fazer. Além disso, é preciso produzir informação e conteúdo, para quando estivermos fazendo isso, estarmos prestando um serviço também, levando além do entretenimento, o esclarecimento, uma fala contundente e importante. Enfim, o artista não pode ser idiota ao ponto de abrir uma câmera e falar o que quiser. Precisamos usar isso a nosso favor, isso é uma arma de conhecimento”, declarou. Luis também alerta para o engajamento social em prol de quem vive dos trabalhos de arte e entretenimento: “Todo mundo está vendo mais filmes e séries em casa. E as pessoas não sabem da quantidade de profissionais que trabalham nessa área e que estão passando necessidades. Temos que ajudar esses profissionais”. Sobre o futuro, ele conta sobre dois projetos: “Tenho escrito bastante e tenho a ideia de estrear um monólogo com a direção da Monique Gardenberg. E vamos fazer um filme sobre a vida do Sidnei Magal, de quem sou muito amigo”, finalizou.