
Com mais de cinco décadas de história, o Cumoa sempre defendeu a ideia de que a Umbanda vai muito além do ritual religioso. Atualmente liderado por Mãe Tai, Pai Rai e Mãe Bel, o espaço localizado no bairro de Piatã, em Salvador, traz consigo uma força simbólica muito grande: a de afirmar que as pessoas e indivíduos existem e resistem. Em suas atividades, o terreiro tem o intuito de contribuir para o desenvolvimento humano e coletivo, além de fortalecer a autoestima da comunidade — com fé, acolhimento e transformação.
Com atuação em paralelo do Terreiro Cumoa e do Instituto Cumoa, o Centro de Umbanda Mística Oxum Apará tem um olhar sobre a comunidade mais ampliado, conseguindo promover um espaço de fomento à cultura, à identidade e ao aprendizado. Com cursos, oficinas, eventos culturais a iniciativa consegue mostrar como as riquezas da Umbanda se integram com diversas atividades, como canto, na dança, na música, na arte, no saber popular e também na reflexão.
O terreiro precisou dar uma pausa nos rituais a partir de 2012, período em que Mãe Tai — que ainda atuava como médium — foi diagnosticada com câncer de mama, viu sua mãe biológica, Hebe Macedo, também receber o diagnóstico e seu irmão falecer da mesma patologia. Após anos de dor, luto e cuidados pessoais, a retomada do Cumoa, em 2015, se tornou um verdadeiro renascimento.
Foi exatamente sobre essas histórias, missões e atividades que o Anota Bahia conversou com a publicitária, produtora e líder espiritual Taiane Macedo. Durante a entrevista, ela também detalhou os próximos passos da Instituição e seus projetos socio-culturais.
– O Cumoa tem mais de meio século de existência. Como foi para você assumir a liderança do terreiro e dar continuidade ao legado de sua mãe, Mãe Hebe Macedo?
Mãe Tai – Assumir a liderança do Cumoa foi, antes de tudo, um grande ato de amor e de responsabilidade. Cresci vendo minha mãe, Mãe Hebe Macedo, conduzir esse terreiro com fé, firmeza e uma dedicação que ultrapassava o religioso e alcançava o social. Ela nos ensinou que a Umbanda é caminho de caridade, acolhimento e transformação de vidas, e é isso que sempre me inspira.
Dar continuidade a esse legado significa honrar cada semente plantada por ela e pelas mulheres que fundaram o Cumoa, reconhecendo a força feminina que sempre esteve na raiz desta casa. Em uma sociedade onde a maioria dos terreiros é regida por homens, pais de santo, estar à frente como mulher traz um simbolismo ainda maior: é reafirmar que a espiritualidade não tem gênero e que o sagrado feminino também tem voz e poder de condução.
Hoje, junto com Pai Rai, sigo como guardiã desse caminho. Trago comigo a coragem de ser mulher, de carregar esse bastão e, ao mesmo tempo, abrir espaço para o futuro, dialogando com os novos tempos e fortalecendo a nossa comunidade. É uma missão que exige responsabilidade, mas também é motivo de grande gratidão, pois sei que cada passo que dou é sustentado pela força da ancestralidade que nos trouxe até aqui.
– Você tem uma formação diversa — publicitária, cantora, sacerdotisa. De que forma essa bagagem contribui para o trabalho que realiza hoje no terreiro?
Mãe Tai – Minha formação diversa é, na verdade, parte da riqueza que trago para o Cumoa. A publicidade me deu a visão estratégica, a capacidade de comunicação e de dialogar com diferentes públicos — algo fundamental para aproximar o terreiro da comunidade e também para fortalecer nossos projetos sociais e culturais.
Além disso, por ter trabalhado durante anos na área de eventos, acabo trazendo para o Cumoa uma grande visibilidade, porque nossas produções são realizadas com responsabilidade e muito profissionalismo. Isso nos permite entregar experiências marcantes e de alta qualidade: desde o Umbahia – O primeiro e o segundo encontro de Umbanda na Bahia, quando reunimos cerca de duas mil pessoas vestidas de branco em um domingo no Othon, o Branco da Paz; passando pelos 50 anos do Cumoa, celebrados no Teatro Castro Alves, com casa lotada e uma grande homenagem à Umbanda junto a diversos artistas; até eventos que hoje já fazem parte do calendário da cidade, como o São João do Cumoa e a nossa Festa Cigana.
A música, como cantora, também me conecta com o sagrado de uma forma muito especial. O canto na Umbanda é reza, é ponte entre o humano e o divino, e essa vivência musical me permite trazer ainda mais força e beleza para as giras e vivências do terreiro.
E, como sacerdotisa, encontrei o ponto de união de tudo isso: é onde a comunicação, a arte e a espiritualidade se encontram em serviço. Essa bagagem diversa não é apenas uma soma de experiências, mas um caminho que me prepara diariamente para conduzir, acolher e inovar, sem jamais perder de vista a tradição e o legado que recebi.
– Durante o período em que enfrentou o câncer de mama, o Cumoa chegou a fechar as portas. Como esse momento de superação influenciou a reabertura do terreiro e sua forma de conduzir a espiritualidade?
Mãe Tai – Quando enfrentei o câncer de mama, em 2012, eu ainda era apenas uma médium da casa. O Cumoa era administrado e conduzido por minha mãe, Mãe Hebe, junto com Mãe Bel. Logo depois do meu diagnóstico, minha mãe também foi acometida pelo câncer de mama e precisou passar pelo tratamento. E, quando ela conseguiu encerrar esse ciclo, meu irmão foi diagnosticado com câncer de pulmão e, um ano depois, infelizmente faleceu. Foram anos muito difíceis para nossa família — 2012, 2013 e 2014 — em que passamos por dor, luto e cuidados pessoais intensos.
Nesse período, o Cumoa precisou fechar suas portas. Não tínhamos condições de cuidar de ninguém, porque nós, como família, precisávamos ser cuidados. E naquele momento, acreditávamos que não haveria possibilidade de retorno.
Mas em 2015, após a partida do meu irmão em março, nos reunimos em maio e decidimos reabrir o terreiro na casa de minha mãe, que já estava sendo vendida. Enquanto a casa não era entregue, fizemos dela novamente um espaço sagrado, com a esperança de retomar nossa caminhada. Porém, minha mãe não conseguiu voltar como esperávamos. O luto se transformou em melancolia e ela entrou em depressão.
Foi nesse cenário que eu olhei para um lado e para o outro e percebi que havia pessoas firmes comigo: Pai Rai, que esteve ao meu lado em todos os momentos, e Tia Ana, sua esposa — hoje diretora do Cumoa —, que também me apoiava e incentivava. Foi desse apoio que nasceu o novo Cumoa: um terreiro reerguido e hoje administrado por mim e por Pai Rai, sustentado pela fé, pela coragem e pela certeza de que a Umbanda é sempre renascimento.
A reabertura do terreiro depois dessa fase foi, para mim, um verdadeiro renascimento. Voltei mais fortalecida, mais consciente de que a vida é feita de ciclos e que a fé é o que nos mantém de pé em cada um deles. Essa experiência me ensinou a conduzir o Cumoa com ainda mais humanidade, acolhimento e compaixão, porque sei que cada pessoa que chega até nós também carrega suas dores e suas batalhas.
Hoje, cada gira e cada trabalho realizado têm um sentido ainda mais profundo: de gratidão pela vida, de celebração da superação e de certeza de que a Umbanda é caminho de cura — para o corpo, para a mente e para o espírito.
– O Cumoa se destaca por unir rituais religiosos com cursos, oficinas e expressões culturais. Por que essa integração é tão importante para a Umbanda e para a comunidade atendida?
Mãe Tai – O Cumoa sempre entendeu que a Umbanda vai além do ritual religioso: ela é cultura, é identidade e também um espaço de aprendizado. Por isso, hoje temos duas frentes institucionais: o CUMOA Terreiro e o Instituto CUMOA, cada um com seu CNPJ. Esses dois braços se comunicam e, juntos, nos permitem ampliar ainda mais o olhar sobre a comunidade, a religião e o nosso propósito.
Unir rituais com cursos, oficinas e expressões culturais é fundamental porque amplia o alcance da nossa missão. Para a Umbanda, essa integração significa mostrar sua riqueza em todas as dimensões — no canto, na dança, na música, na arte, no saber popular e também na reflexão. Para a comunidade, significa acesso a oportunidades de formação, convivência e valorização da própria história.
Quando realizamos oficinas, cursos e eventos culturais, estamos dizendo que a Umbanda é viva, dialoga com a sociedade e tem muito a contribuir para o desenvolvimento humano e coletivo. Essa integração fortalece a fé, mas também fortalece a autoestima da comunidade, que se vê representada, acolhida e parte de algo maior.
– O projeto Amor & Caridade atende centenas de famílias com cestas básicas e cursos profissionalizantes. Quais foram os maiores desafios e aprendizados ao longo dessa caminhada? A instituição também recebe iniciativas de fora, como o “Da Pele Preta”, idealizado por Andrea Santana. Qual o impacto de promover projetos que tenham como pauta a autoestima e a ancestralidade?
Mãe Tai – O Amor & Caridade é um dos pilares do Cumoa. Hoje, através dele, conseguimos distribuir mensalmente 600 cestas básicas para famílias em situação de vulnerabilidade, sempre acompanhadas de um café da manhã coletivo, na segunda segunda-feira de cada mês. Mais do que um ato de doação, esse momento é um ritual de encontro, de dignidade e de cuidado com quem mais precisa.
Mas não queremos parar apenas na entrega da cesta. Dentro desse projeto, estamos estruturando e criando o Programa Amor & Caridade, que tem como propósito oferecer oficinas, cursos e oportunidades para a comunidade. A nossa missão é ajudar as pessoas a saírem da vulnerabilidade, para que um dia não precisem mais da cesta básica, mas possam caminhar com autonomia e esperança renovada.
Nesse mesmo espírito de transformação, recebemos projetos externos como o Da Pele Preta, idealizado pela doutora Andréa Santana. Essas iniciativas dialogam diretamente com o que acreditamos: trabalhar a autoestima, valorizar a ancestralidade e fortalecer a identidade da nossa comunidade. Quando o Cumoa abre suas portas para esse tipo de projeto, estamos ampliando o alcance da nossa fé, mostrando que a Umbanda também é cultura, é resistência e é instrumento de empoderamento.
O maior aprendizado nessa caminhada é que a caridade vai além do alimento material: ela alimenta também a alma, a confiança e o sentido de pertencimento. E é nessa união entre espiritualidade, ação social e cultura que o Cumoa se reafirma como um espaço de fé viva e de transformação coletiva.
O projeto Amor & Caridade nasceu da necessidade de transformar a fé em ação concreta. Ao longo dos anos, atender centenas de famílias com cestas básicas e também oferecer cursos profissionalizantes foi um grande desafio, porque envolve mobilizar recursos, voluntários e manter uma estrutura contínua. Muitas vezes tivemos que lidar com a escassez, mas nunca deixamos que ela fosse maior do que o nosso desejo de servir.
O maior aprendizado dessa caminhada é que a caridade vai muito além do alimento: ela toca a dignidade das pessoas. Percebemos que, quando alguém recebe uma cesta, um curso ou uma oportunidade, não está apenas suprindo uma necessidade imediata, mas recuperando a esperança.
Esse projeto nos ensinou que a Umbanda não se restringe ao espaço do ritual: ela é presença na vida real das pessoas. E, ao mesmo tempo em que ajudamos, também somos ajudados, porque aprendemos diariamente com a força, a fé e a resiliência da comunidade que nos cerca.
Além da Pele Preta fizemos esse ano um curso de cuidador de idosos, Oficina de Ideias em parceria com a UFBA, trazendo o empreendedorismo para essas famílias e agora estamos realizando o curso de formação em Trancista. E não vamos parar por aí. 2026 vem muito mais.
– Em outubro o Cumoa vai realizar a Festa Cigana, na AABB, em Salvador. Como surgiu a iniciativa de fazer a celebração e qual o reflexo de fazer essas pontes entre a Umbanda e outras culturas e crenças?
Mãe Tai – A Festa Cigana do Cumoa é muito mais do que um evento: é uma verdadeira experiência. Quem participa é convidado a vivenciar um mundo mágico e encantado, com rituais, shows e várias tendas temáticas que oferecem desde vivências culturais até comidas típicas. É uma imersão que desperta os sentidos, fortalece a fé e celebra a diversidade. Independente de ser Umbandista ou não.
É uma festa em que trazemos o tema do povo cigano — que faz parte do universo da Umbanda — sempre com todo o respeito e reverência que esse povo merece. Reconhecemos sua força, sua ancestralidade e sua beleza cultural, e transformamos isso em um momento de celebração, acolhimento e partilha.
Neste ano, teremos um grande show especial com a banda Rosa Amarela, que vai trazer ainda mais energia e emoção para a noite. A festa é pensada para ser inesquecível: cada detalhe — das danças às músicas, das tendas à fogueira da prosperidade — foi criado para proporcionar uma vivência única, onde espiritualidade, cultura e alegria caminham juntas.
E mais: toda a renda arrecadada com a Festa Cigana será revertida para o projeto Amor & Caridade, que atende mensalmente 600 famílias em situação de vulnerabilidade. Dessa forma, celebramos a fé e a cultura, ao mesmo tempo em que fortalecemos nossa missão de acolher e transformar vidas.
A iniciativa de realizar a Festa Cigana nasceu desse desejo de abrir pontes, mostrando a Umbanda dialogando com outras culturas. É uma forma de valorizar a pluralidade, de afirmar que a fé não divide, mas soma, e de celebrar a ancestralidade em toda a sua beleza. O reflexo é imediato: a comunidade se fortalece, se sente acolhida e parte de algo maior, que une espiritualidade, arte e cultura em um só espaço.
– Você já anunciou a meta de, até 2026, condicionar a entrega de cestas à participação em cursos. Qual é a principal transformação que espera alcançar com essa mudança de abordagem?
Mãe Tai – A meta de, até 2026, condicionar a entrega das cestas à participação em cursos não é uma forma de limitar o acesso, mas de ampliar as oportunidades. O que nós queremos é que as famílias atendidas pelo Amor & Caridade não dependam para sempre da cesta básica, e sim que encontrem caminhos para conquistar autonomia.
Quando oferecemos oficinas e cursos junto com a cesta, estamos entregando duas coisas: o alimento imediato e a possibilidade de transformação a médio e longo prazo. A cesta mata a fome hoje, mas o conhecimento, a capacitação e o fortalecimento da autoestima podem mudar a vida para o futuro.
A grande transformação que esperamos é justamente essa: ver famílias que hoje recebem assistência caminhando, daqui a alguns anos, com independência e dignidade, sem precisar mais de doação. Essa mudança de abordagem é sobre quebrar ciclos de vulnerabilidade e abrir horizontes, sempre com acolhimento e respeito.
– O terreiro não é apenas um espaço espiritual, mas também de resistência ao racismo e à intolerância religiosa. Como o Cumoa atua, na prática, para enfrentar esses desafios em Salvador?
Mãe Tai – O Cumoa sempre entendeu que a Umbanda não é só religião, mas também resistência. Vivemos em uma cidade onde o racismo e a intolerância religiosa ainda são realidades duras, e por isso o terreiro se torna um espaço de afirmação, de orgulho e de luta.
Na prática, atuamos de várias formas: acolhendo e fortalecendo a autoestima das pessoas negras e de matriz africana; promovendo eventos culturais que dão visibilidade à nossa tradição; criando projetos sociais que tiram famílias da vulnerabilidade; e, acima de tudo, mantendo nossas portas abertas para mostrar que a Umbanda é amor, paz e inclusão. Nesse caminho, é fundamental lembrar que o pai da nossa casa, Pai Rai, é um homem negro que traz toda a sua ancestralidade para o Cumoa, fortalecendo a nossa identidade e nos guiando com sua história e sua presença.
O Cumoa hoje é um terreiro urbano, acessível a todas as pessoas. E, por estar localizado também em um bairro nobre da cidade, traz consigo uma força simbólica muito grande: a de afirmar que nós existimos e resistimos. Estamos ali, de portas abertas, com o nosso tambor, com a nossa ancestralidade e com a nossa fé, mostrando que a Umbanda tem lugar em todos os espaços e merece respeito.
Nossas giras, nossos cânticos, nossas festas e encontros — como o UmBahia, o São João do Cumoa e a Festa Cigana — são também manifestações de resistência cultural. Quando colocamos milhares de pessoas vestidas de branco na rua, estamos ocupando os espaços da cidade com a força da fé e da ancestralidade, mostrando que a Umbanda é parte viva da identidade de Salvador. Resistir, para nós, é existir plenamente, sem medo, e continuar afirmando que a nossa fé merece respeito.
– Quais são os próximos passos ou sonhos que você tem para o Cumoa e para o fortalecimento da Umbanda como força de fé, cultura e transformação social?
Mãe Tai – Os próximos passos do Cumoa estão muito ligados ao fortalecimento do que já construímos: consolidar o Programa Amor & Caridade, ampliar a oferta de cursos e oficinas pelo Instituto Cumoa, e continuar realizando nossos eventos culturais que já se tornaram referência na cidade, como o São João do Cumoa e a Festa Cigana.
Ampliar ainda mais os cursos sobre a Umbanda do Colégio Cumoa. Queremos que cada vez mais pessoas encontrem no terreiro não só um espaço de fé, mas também de oportunidade e de transformação social.
Eu também tenho uma visão muito forte de que o ser humano é um tripé — corpo, mente e espírito. E é a partir dessa compreensão que o Cumoa hoje já funciona como um verdadeiro mini centro de tratamento espiritual e mental. Atualmente contamos com 19 psicólogos e 4 acupunturistas, reikianos, cromoterapia, terapia Xamanica e voluntários, que junto com o trabalho espiritual oferecem um cuidado integral, ampliando ainda mais o alcance da nossa missão.
Mas também temos sonhos maiores. Sonho com um centro cultural e religioso ainda mais estruturado, que possa receber projetos, exposições, shows e encontros que dialoguem com a ancestralidade e a diversidade da Umbanda. Sonho em ver a Umbanda cada vez mais respeitada, reconhecida como patrimônio vivo da nossa cultura, e em ocupar espaços de poder e decisão, afirmando que nossa fé é força de dignidade e inclusão.
O maior sonho, no entanto, é que o Cumoa continue sendo uma casa de portas abertas, onde cada pessoa que entre se sinta acolhida, respeitada e transformada. Esse é o legado que recebemos e que queremos deixar para as próximas gerações.
– A presença digital do terreiro e do instituto está bem marcante nas redes sociais. Como você enxerga essas interações para uma maior proximidade do povo e dos jovens?
Mãe Tai – A minha formação em Publicidade ajuda muito o Cumoa hoje a ter uma visão estratégica da comunicação externa. Entendemos que não basta viver a Umbanda dentro do terreiro: precisamos também comunicar para fora, dialogar com a sociedade e nos aproximar das novas gerações.
A presença digital do Cumoa e do Instituto é, nesse sentido, uma extensão do nosso terreiro. Estar nas redes sociais é estar onde o povo e, principalmente, os jovens estão. As redes nos permitem quebrar barreiras, combater preconceitos e mostrar a Umbanda de forma verdadeira, como ela é: religião de fé, de amor e de acolhimento. Cada postagem, cada live, cada vídeo é também uma forma de divulgação, ensinamentos e de resistência, porque estamos levando nossa mensagem para além dos muros físicos do terreiro.
Além disso, a presença digital cria um elo com as novas gerações, que muitas vezes chegam até nós primeiro pela internet. É nesse espaço que conseguimos dialogar com linguagem atual, sem perder a essência, e mostrar que a Umbanda é viva, contemporânea e tem muito a oferecer para quem busca espiritualidade, cultura e pertencimento. Eu enxergo essas interações como uma ponte: um caminho que conecta a ancestralidade com o futuro, a tradição com a inovação, a fé com a tecnologia.



