Apesar de ser conhecida por “comandar” o corpo masculino, a testosterona também está presente no organismo da mulher e é essencial para regular as funções biológicas e auxiliar no processo de gravidez. E, se há um desequilíbrio hormonal e os níveis oscilam para cima ou para baixo, pode haver riscos à saúde da mulher. A testosterona é um hormônio esteroide produzido em maior quantidade no homem, razão pela qual se explicam características típicas masculinas. Porém, a testosterona feminina também é importantíssima nas mulheres, apesar delas produzirem 20 a 30 vezes menos do que os homens. “Na mulher, os hormônios androgênicos (masculinos) que formam a testosterona, diminuem gradativamente em idade reprodutiva, não havendo diminuição após a menopausa. Desta forma, o declínio do hormônio gera um estado de deficiência que pode se manifestar com a diminuição da função sexual, falta de energia, perda de massa magra, ganho de gordura e perda de massa óssea. O desequilíbrio da testosterona feminina pode ter consequências sérias, tanto físicas como mentais, prejudicando a saúde da mulher”, explica o médico especialista em reprodução humana, Dr. Nilo Frantz, da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, em São Paulo.

“O organismo feminino é capaz de produzir androgênios a partir das glândulas suprarrenais, ovários e também da conversão periférica de precursores androgênicos (tecido adiposo). Desta forma, a testosterona feminina pode agir diretamente nas células ou ser convertida, de forma limitada, em um composto mais potente como a di-hidrotestosterona (DHT) ou ainda em estrogênios”, pontua. Segundo ele, no período pré-menopausa, a testosterona nas mulheres é produzida da seguinte forma: 25% pelos ovários (estimulados pelo LH – hormônio da hipófise); 25% pelas glândulas suprarrenais ou adrenais; 50% pela conversão periférica da androstenediona e da DHEA. Após a menopausa a produção total de testosterona cai drasticamente, mas continua sendo produzida em menor quantidade. “A testosterona é o hormônio responsável por manter a libido e controlar o desejo sexual, por isso seus níveis sobem nos dias prévios à ovulação, favorecendo as chances de gravidez. As mulheres produzem testosterona feminina através dos ovários. Mas se eles estiverem altos, podem ser um obstáculo para a gravidez, pois podem bloquear a ovulação da mulher e até gerar aborto de repetição”, finaliza ele.