
Após uma pausa de seis anos, a jornalista e apresentadora Patrícia Nobre está de volta ao mercado. A comunicadora agora passa a integrar a equipe da rádio Novabrasil Salvador, que está apresentando uma nova fase e inovações. Com mais de três décadas de experiência na área, ela já fez parte da TV Bahia de 1998 até 2019, onde apresentou o Jornal da Manhã, produziu reportagens nacionais para a Rede Globo e apresentou e editorou o Bahia Meio Dia. Em entrevista exclusiva ao Anota Bahia, Patrícia Nobre falou sobre suas expectativas para este novo ciclo na 104.7 FM, sua trajetória e ética de trabalho.
Após um tempo fora de uma emissora, você retorna a um veículo de comunicação para integrar o jornalismo da Novabrasil. Como está a expectativa desse retorno?
Bem, eu estou com um coraçãozinho acelerado e eu acho que isso é muito bom. Significa para mim que o encanto pelo jornalismo diário ainda existe, porque, quando eu me aposentei, quando eu saí do jornalismo diário em agosto de 2019, eu realmente não pensava em voltar. Foi uma decisão muito bem avaliada por mim e eu queria dedicar mais tempo a mim. A rotina do jornalismo em televisão, pela correria, enfim, pela característica, não me permitia fazer coisas que eu gostaria de fazer, como estudar mais, me dedicar a mim mesmo e a minha mente. Foi o que eu fiz e eu não pensava em voltar. Depois seguiu a pandemia e, enfim. Aí mesmo que eu falei: ‘não, meu tempo no jornalismo diário já passou’. Até que veio essa proposta da Novabrasil e com um desafio completamente novo, que é a rádio. Eu sou cria de televisão, a minha história profissional foi toda construída no telejornalismo. Então a rádio é um veículo novo para mim e juntam essas emoções que me impulsionam a querer construir algo novo e algo muito bacana.
Conhecida por suas reportagens para a TV Bahia e para rede nacional, você também já foi apresentadora e editora-chefe. Como você acha que essas experiências passadas agregam para este seu novo momento na Novabrasil, e como você está encarando esse novo desafio?
A experiência, com certeza, dá mais segurança para o exercício de qualquer função. É aquela história: o tempo respeita aquilo que ele ajudou a construir. O meu olhar para a notícia hoje, com certeza, é mais maduro, mais amplo. Eu acho que a gente aprende a olhar além da notícia. Outra coisa que os 31 anos fazendo TV me deram foi a valorização do trabalho em equipe. Quando eu olho para trás, eu vejo o quanto é importante e o quanto foi importante trabalhar em equipe. Nós fomos feitos para cooperar uns com os outros, cada um desempenhando o seu papel. A televisão, ela me mostrou isso, ela ratificou isso que virou, enfim, uma forma como eu encaro o trabalho atualmente, ainda de uma forma mais forte. E outra coisa é a conexão que esse tempo todo de experiência me trouxe a conexão com as pessoas. Eu ouvi muitas histórias, eu conheci muita gente, eu me conectei com muita gente, eu acho que tudo isso junto vai agregar bastante ao meu novo desafio na rádio. Eu quero levar tudo isso, esse olhar mais amplo para a notícia, esse trabalho em equipe e essa busca constante da conexão, agora com o ouvinte. É um desafio realmente grande, mas maravilhoso, que eu tenho aí pela frente.
Você chega na Novabrasil em um momento que a marca está se modernizando e promovendo uma programação mais diversificada e inovadora. Como você acha que sua chegada pode contribuir para a nova fase?
A Novabrasil traz de forma muito forte esse conceito de brasilidade, e vai muito além da programação musical. É um conceito que se expressa também no jornalismo. E a brasilidade está também na valorização do regionalismo, da regionalidade, esse movimento que está sendo feito pela rádio, reforçando a programação jornalística dos estados, das cidades alcançadas pela rádio. Então eu acho que eu venho trazer essa minha experiência em jornalismo e em baianidade. Porque eu já sou baiana, eu nasci no Rio de Janeiro, mas moro aqui há muito tempo e, com o meu trabalho em jornalismo, consegui me encantar e me envolver pela cultura baiana. E eu falo aqui cultura de forma bastante ampla, envolvendo o cotidiano, as características, o jeito de ser do baiano. Eu já tenho isso em mim, eu sou baiana na veia e eu acho que trazer esse olhar que eu construí, e que eu sigo construindo ao longo da minha trajetória profissional, eu vou tentar contribuir para essa nova fase da rádio, reforçando esse conceito de valorização do regional porque por aí passa a brasilidade da rádio.
Nas suas redes sociais, você frequentemente posta reflexões e opiniões sobre diversas temáticas e situações do cotidiano. Os ouvintes podem esperar algum reflexo desses conteúdos dentro da programação da rádio?
As reflexões que eu levo às redes sociais refletem o meu modo de pensar, quem eu sou, e isso permeia, evidentemente, as minhas ações. Então os ouvintes podem esperar algum reflexo desses conteúdos de que forma? Na essência das minhas reflexões, que é: o respeito ao próximo, a empatia, o bem, a divulgação do bem, o querer ser útil e acrescentar a vida das pessoas. Isso está na essência das minhas reflexões porque está na minha essência e isso vai estar na essência do meu trabalho, com certeza.
Carioca, filha de um goiano e de uma mineira, você é casada com um gaúcho, mãe de cearense e avó de um baiano. Como tantas influências, culturas e brasilidades se encontram e conversam dentro de Patrícia Nobre?
Pois é, né, eu sou uma mistura danada e sempre falei desse histórico familiar com muito orgulho, sabe? Além disso meu pai era da Marinha, então desde criança eu tive contato com culturas diferentes, porque eu morei em vários estados. Isso ajudou a construir em mim essa valorização do regionalismo, essa valorização dessa diferença cultural, que na verdade se une para formar um grande Brasil. Um Brasil diverso, um Brasil muito bonito justamente por ter vários olhares. A gente precisa ampliar essa percepção. Então eu sempre conversei muito bem dentro de mim com essas diferenças regionais, eu acho que isso ajudou e sempre nos ajuda a desmistificar alguns conceitos que, infelizmente, parte do Brasil carrega sobre outra parte do Brasil. Quando a gente amplia essa visão, quando a gente tem essa percepção, vivenciando aquela cultura, morando naquele lugar e vivenciando aquilo, o nosso olhar com certeza amadurece.
De repórter a produtora de conteúdo, você já passou por vários meandros do jornalismo e de processos criativos. Perto de iniciar mais um novo ciclo, como você enxerga sua trajetória até aqui?
Eu tenho muito orgulho da minha trajetória profissional, de tudo que eu construí na minha profissão. Eu cheguei aonde eu queria chegar, aonde eu sonhei quando ainda era criança e já dizia que queria ser repórter, que queria ser jornalista. Um sonho que começou a se materializar na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde eu cursei Comunicação Social, Jornalismo. Eu sempre quis tratar a notícia com muito respeito, fazendo uma apuração bem feita, com ética. Eu acho que isso é fundamental e cria a credibilidade que a gente pode construir na profissão. Então eu sou muito feliz e muito grata por tudo aquilo que eu construí, e agora quero prosseguir nessa linha, construindo uma nova história, um novo caminho da minha história profissional, agora na Novabrasil, mas mantendo exatamente essa minha visão da notícia, do jornalismo, com muita ética.

