Via direct, no Instagram, só se compartilha vídeos dele. Nos stories, a mesma coisa. Nas pequenas rodas de conversa, seu nome virou constante. E agora é muito comum ouvir as pessoas conversando e se perguntando: “Você viu o vídeo dele do Tinder?”, “E dos ensaios de verão?”, “Viu o do pão do Horto?” ou “E com Carlos Rodeiro?”. Pois é, em plena pandemia, Pedro Valente, criativo por natureza, publicitário e empresário por vocação, além de comandar a Boa Nova Propaganda, se viu gerindo sua própria imagem diante das redes sociais, compartilhando vídeos que comentam, retratam, ironizam e brincam com diversos aspectos presentes no dia a dia do baiano e do soteropolitano. Em um bate-papo super leve com o Anota Bahia, ele comentou sobre como tudo começou, qual caminho tem seguido e onde acha que isso vai parar.

“Eu moro só, vivo com meus dois gatos, em um studio. Com a pandemia, veio a diminuição do fluxo do trabalho e eu busquei alguma forma para extravasar a criatividade, que foi me expondo com vídeos nas redes sociais, falando de assuntos e fatos corriqueiros e pessoais. E isso foi crescendo aos poucos. Comecei a receber comentários positivos, as pessoas diziam que meus vídeos estavam ajudando a melhorar a ansiedade, começaram a falar comigo diariamente e a participar da rotina mesmo. Com isso, amizades começaram a surgir e eu pulei de 8 mil para 30 mil seguidores”, relembrou ele.

Perguntamos sobre como tudo começou: “Foi engraçado perceber que desses novos seguidores, muitas eram pessoas improváveis, que estavam ali no meu radar, distante do meio em que atuo e vivo. Isso foi motivante também. No primeiro momento, meus amigos e familiares me desencorajaram, como forma de proteção mesmo. Me diziam que era loucura essa exposição, que eu devia prospectar clientes, sendo que estávamos no auge da pandemia. Apesar de compreender o pensamento deles, não dei ouvidos. O fato de destinar um tempo a criar um roteiro, um cenário, já me tirava da paranóia criada pela pandemia”, revelou Pedro, que também começou a convidar personalidades para participar dos vídeos e viu o lado comercial brotar nisso tudo.

“Existe uma grande diferença entre exibir o produto apenas e criar um conteúdo com o produto. Em um dos vídeos eu brinquei com a diferença do preço do pão no bairro de Brotas e no Horto Florestal. Disse que era tão caro, que deveria vir com uma joia dentro. Nisso, convidei o joalheiro Carlos Rodeiro para gravar também, entrando nessa história. Ele topou na hora e o resultado foi: criamos um dos vídeos com maior engajamento de todos os tempos na minha rede. Então, eu que era acostumado, na minha agência, a bolar ações com influenciadores, comecei a fazer isso comigo mesmo, de forma criativa e inovadora, usando meus conhecimentos sociais e publicitários”, disse.

Sobre seu conteúdo diferenciado, ele discorre: “As marcas estão me procurando muito além do que eu buscava ou achava que poderia acontecer. Meu público é segmentado, especificamente na idade, porque atinjo ali pessoas entre 34 e 44 anos. Temos hoje cerca de 10 mil visualizações por vídeos nos stories, então foi um crescimento rápido. Eu não estava preparado. Ainda estou produzindo uma proposta comercial, porque eu não pensava nisso. Mas o reconhecimento tem sido ótimo, já consigo ter uma renda paralela e das poucas vezes que saí de casa, fui a um restaurante, comecei a ser abordado pelas pessoas falando dos vídeos de forma sempre positiva”, finaliza ele.