A turnê “Tô Voltando”, que celebra os 50 anos de carreira de Simone, será apresentada na Concha Acústica do Teatro Castro Alves no dia 04 de agosto (sexta-feira). O show percorre, hit por hit, a trajetória como uma das maiores intérpretes da música brasileira, em um roteiro que faz um apanhado das grandes canções que a artista lançou nessas cinco décadas. Músicas de autores como Milton Nascimento, Ivan Lins, Sueli Costa, João Bosco, Martinho da Vila, Gonzaguinha e Chico Buarque, entre tantos outros, cujas primeiras versões ganharam o Brasil por meio da voz de Simone, estão presentes no repertório do espetáculo, que tem direção musical de Pupillo e direção geral de Marcus Preto.
Nascida em Salvador no Natal de 1949, Simone estreou como cantora profissional em 1973. De lá para cá, gravou 31 álbuns de estúdio e seis ao vivo, alguns produzidos especialmente para o mercado internacional. Teve quase 50 canções em trilhas de novelas e incontáveis hits em listas das mais tocadas no país. Em 1979, lançou “Pedaços”, álbum que a colocou definitivamente no panteão das maiores intérpretes da história da música brasileira. A partir de meados da década de 1980, não havia álbum de Simone que não batesse as 400 mil unidades vendidas. Já nos anos 1990, o temático “25 de Dezembro” bateu 1,5 milhão de cópias em menos de dois meses — e segue no posto de álbum natalino mais ouvido do país. Nesta entrevista exclusiva para o Anota Bahia, a artista comenta sobre o show e este momento de celebração.
Neste marco de 50 anos de carreira, como você enxerga a sua trajetória até aqui?
Eu vejo coisas lindas. É um presente estar em cena, em palco, com todo esse tempo e com muita vontade de fazer muito mais. É um merecimento estar aqui hoje com essa carreira longa e linda. É a trajetória de uma vencedora.
Sua nova turnê passará por Salvador, o que esse reencontro com a sua terra natal nesta fase especial da sua carreira representa para você?
Estar na Bahia é sempre bom. Eu tenho muitas lembranças boas, profundas e felizes das casas que morei na infância. É sempre um prazer estar em Salvador, muito, muito bom.
Como as suas raízes na Bahia influenciaram o seu trabalho artístico?
Quando eu comecei a cantar, já estava fora de Salvador, estava morando em São Paulo. E a Bahia, como diz o mestre, me deu régua e compasso. Também me deu o esporte, que é fundamental para minha vida e foi fundamental para minha carreira. O esporte te dá responsabilidade, você aprende a dividir e aprende o que significa disciplina. Com relação a música, eu ouvia o que meus pais ouviam, MPB e ópera. Elizete, Cauby, ngela Maria, Nelson Gonçalves, Nora Ney, Orlando Silva, Orlando Dias, Miltinho, essa foi minha formação musical.
Neste ano, você será homenageada pelo Grammy Latino com o “Prêmio à Excelência Musical”, como foi sua reação quando soube da notícia e o que isso representa para você?
Quando eu soube da notícia, fiquei super feliz, muito grata. Sou merecedora desse prêmio, dessa homenagem. Eu tenho um trabalho que é bem grande, muitos discos. Já fiz e estou fazendo muita coisa. Então, só tenho a agradecer à Academia e a todas as pessoas que trabalharam e trabalham comigo. É um trabalho de equipe, ninguém é sozinha. Eu pertenci a algumas gravadoras e agradeço aos compositores, músicos, produtores e todo mundo que trabalhou comigo.
Há planos para algum projeto futuro que poderia antecipar para gente?
Sim, mas estou no “Tô Voltando” por enquanto.