O aumento no número de reuniões através de videochamadas no último ano, fez as pessoas olharem muito mais para o próprio rosto de forma bastante crítica, levando-as a perceber (e a implicar com) detalhes que antes não incomodavam tanto. Esse fenômeno vem sendo chamado de ‘Efeito Zoom’ em referência ao aplicativo de videochamadas e é definido pelo anseio por mudanças estéticas que melhoram a aparência do rosto, impulsionado pelo grande volume de reuniões virtuais. Um exemplo disso é a rinoplastia.

A busca pelo termo e preço do procedimento teve aumento repentino nas plataformas de pesquisa do Google desde março do ano passado, mês em que as pessoas passaram a trabalhar de suas casas devido à pandemia. Victor Cutait, cirurgião plástico há mais de 20 anos e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), viu a movimentação de sua clínica estética, em São Paulo, aumentar vertiginosamente desde o início do isolamento, especialmente a busca por procedimentos para melhorar a aparência do rosto e sinais de envelhecimento, tais como preenchimento e botox, rinoplastia e levantamento de pálpebras, colocação de próteses de silicone nos seios e lipoaspiração.

“A vida das pessoas foi modificada em muitos âmbitos com o isolamento social, inclusive na forma com que elas se sentem em relação a si mesmas. O uso intensificado de plataformas de videoconferência aliado à ansiedade e ao estresse, influenciou, e muito, na busca por procedimentos estéticos”, afirma o médico. “O Instagram sempre foi utilizado como ferramenta para ostentar uma vida de faz de conta onde são publicadas imagens de corpos exuberantes, mas com ajuda de filtros que mostram uma falsa perfeição. Estas ferramentas estão distorcendo a maneira como as pessoas veem seus corpos e rostos, acentuando problemas de autoestima e resultando em transtornos de imagem”, finaliza ele.