O Carnaval de Salvador chegou ao fim, mas soteropolitanos e turistas podem desfrutar das diversas manifestações culturais e artísticas nos equipamentos culturais da cidade. Os espaços estão de portas abertas neste pós-folia, período oportuno para conhecer um rico acervo tanto nos mais novos como nos mais antigos.
É possível fazer um roteiro e conhecer mais de um espaço no mesmo dia, visto que vários deles estão bem próximos uns dos outros, situados no Centro Histórico. O roteiro pode incluir, por exemplo, o Muncab, a Casa do Carnaval de Salvador, o Museu Cidade da Música da Música da Bahia, a Casa das Histórias de Salvador, inaugurada no último dia 29, e a Galeria Mercado, inaugurada no dia 10 de janeiro.
O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab) abriga, até o dia 03 de março, a exposição Um Defeito de Cor, que chegou a Salvador após estreia no Museu de Arte do Rio, com cerca de 370 obras de mais de 100 artistas do Brasil e do mundo. Para celebrar o sucesso de vendas do livro homônimo, após ter sido enredo da Portela, que conquistou o estandarte de ouro do grupo especial este ano, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) ampliou os dias de gratuidade para visitar a exposição. Agora, além das quartas, os domingos também estão com entrada gratuita.
A 500 metros do Muncab, está a Casa do Carnaval da Bahia, inaugurada há seis anos. Reconhecido nacionalmente pela valorização do patrimônio pelo turismo, o equipamento cultural se destaca por preservar a história e tradição da maior festa de manifestação popular da capital baiana. No local, é possível entender o Carnaval desde quando iniciou, com o entrudo, o carnaval de salão, os carros alegóricos e a fóbica de Dodô e Osmar até a transformação com os trios elétricos e o surgimento da axé music.
Ao todo, são quatro pavimentos. No térreo, uma biblioteca de livros relacionados à festa está à disposição dos visitantes. Na sala Origens do Carnaval, vídeos com a narração de personalidades da festa trazem um pouco da história do carnaval. Na sala Criatividade e Ritmos do Carnaval, 200 bonecos feitos de cerâmica representam figuras típicas da folia.
A 650 metros da Casa do Carnaval, no Casarão de Azulejos Azuis, na Praça Visconde de Cairu, 19, no Comércio, está situado o Museu Cidade da Música da Bahia. É só descer o Elevador Lacerda para apreciar a diversidade musical baiana preservada e apresentada com o uso de recursos tecnológicos e interativos. No primeiro andar da Cidade da Música, os visitantes se deparam com a exposição “A Cidade de Salvador e Sua Música”, que retrata bairros da cidade e suas músicas, histórias, depoimentos e novas tendências. O segundo andar está ambientado com o tropicalismo com ilustrações gigantes de fragmentos da pintura modernista de Genaro de Carvalho.
Ao lado da Cidade da Música da Bahia, a 35 metros, está a recém-inaugurada Casa das Histórias de Salvador que, com um acervo digital e físico, apresenta uma nova narrativa sobre os quase cinco séculos de Salvador por meio de saberes e fazeres das pessoas comuns, normalmente não abordados pela história oficial da cidade, ressaltando a contribuição negra e indígena para a formação da primeira capital do país, de modo a convidar os visitantes a participar ativamente da reflexão sobre memória, passado e futuro da capital.
E em frente aos dois equipamentos, também a 35 metros, está a Galeria Mercado, em funcionamento no subsolo do Mercado Modelo. A Galeria une a contemporaneidade da obra de Vinicius S.A ao modernismo de Mário Cravo Jr. e Rubem Valentim. No local, é possível apreciar a instalação Lágrimas, do artista soteropolitano Vinicius S.A, que passou por mais de dez cidades do Brasil, além de Las Vegas, nos Estados Unidos, e Frankfurt, na Alemanha. São 15 mil lâmpadas remontadas, suspensas por redes de nylon que, segundo o artista, representam a chuva pausada no ar.
A galeria abriga também três esculturas de Exu da série “Cabeças do Tempo” do artista Mário Cravo Jr. (1923-2018), produzidas a partir da madeira que restou do incêndio que acometeu o Mercado Modelo na década de 1980 e três esculturas do artista plástico Rubem Valentim (1922-1991) da série Templo de Oxalá.
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