Maju Passos, Bárbara Carine e Leandra Leal. Foto: Guilherme Burgos

Neste sábado (19), a equipe administrativa da Escola Afro-brasileira Maria Felipa, atualmente localizada no bairro do Garcia, em Salvador, vai ao Rio de Janeiro para realizar a inauguração e mutirão de matrículas para a nova unidade carioca, no bairro Vila Isabel. A instituição é a primeira da educação infantil afro-brasileira cadastrada no Ministério da Educação, com ensino afro-referenciado, decolonial, e que valoriza a diversidade e carrega o nome de uma referência histórica de força, luta e liderança, como compromisso à ancestralidade africana.

Para Bárbara Carine, idealizadora e consultora da escola, a chegada no Rio de Janeiro é um passo muito importante para o processo de nacionalização do projeto didático-pedagógico. “Levarmos a Escola para o Rio de Janeiro, que tem mais da metade de sua população negra é contribuir para a luta antirracista, que dentre as suas contribuições está um projeto educacional para a equidade. Temos sido bem acolhidos e uma procura muito grande, algo que nunca tivemos em Salvador, esperamos que todo sucesso na capital carioca reverbere em matrículas também da Bahia”, conta.

Já a empresária e dançarina Maju Passos, sócia da Maria Felipa, conta que apesar de todo o reconhecimento e as premiações conquistadas pela instituição, não corresponde ao número de matrículas dentro da escola em Salvador, que conta com menos de oitenta por cento de alunos do que a nossa capacidade total. Na capital carioca, a atriz Leandra Leal se junta à sociedade com Maju e Bárbara para receber toda a metodologia decolonial criada nos últimos seis anos na Bahia.

Com turmas que vão do infantil ao fundamental e uma educação trilíngue – brasileiro, inglês e libras -, a escola surge para promover uma educação escolar que estivesse fora dos marcadores historiográficos eurocêntricos e subalternizados de existências não-brancas. Dentro da metodologia, desenvolve uma série de outras atividades didática-pedagógicas afroreferenciadas, como “Afrotech – Feira de Ciência Africana e Afrodiáspórica”, “Mariscada – Mostra artístico-cultural decolonial”, “Formatura no Quilombo”, “Decolônia de Férias”, “Festival artístico educacional Avante Maria Felipa”, entre outros.

“É raro vermos uma instituição educacional ter mais de 100 mil seguidores no Instagram. Pesquisadores e pesquisadoras do país realizam trabalhos e investigações de graduação, mestrado e doutorado em torno da nossa escola. É algo muito pioneiro e singular, o que faz ter essa valorização, mas infelizmente isso não reverbera em autossustentação econômica”, conta Bárbara Carine.

Escola Afro-brasileira Maria Felipa no Rio de Janeiro. Foto: Divulgação

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